Obesidade e gravidez

As mulheres grávidas devem repensar quando tem como hábito “comer por dois”. Muitos acreditam que a frase significa comer o dobro. Esta errônea interpretação infelizmente acaba acarretando uma gestante com peso acima dos limites recomendados. A tendência é inequívoca: quanto mais obesa é a gestante, maior é a probabilidade de ter um filho com um defeito de coração.

Obesidade materna afeta quase um terço das mulheres grávidas dos Estados Unidos. Entre as muitas complicações possíveis são cesárea de emergência, macrossomia (bebê acima do peso), elevação da pressão arterial gestacional, preeclâmpsia (elevação da pressão arterial com risco de vida), diabetes gestacional, defeitos de tubo neural fetal (desenvolvimento neurológico), defeitos congênitos do coração e morte fetal.

Em média, mulheres grávidas obesas são 15% mais suscetíveis de ter um bebê com um defeito de coração. Este risco aumenta com o nível de obesidade da mãe. Em comparação com as mulheres de peso normal, o risco para as mulheres moderadamente obesas (IMC – índice de massa corporal de 30-39) sobe 11% e para as obesas mórbidas (IMC acima de 40) em 33%.

A alimentação durante a gestação deve ser bastante equilibrada e individualizada. A quantidade de calorias varia muito entre as gestantes. Dentre os fatores determinantes para a adequação da alimentação estão: idade da gestante, IMC, nível de atividade física, comorbidades maternas (diabetes, hipertensão arterial, obesidade mórbida, anemia, tabagismo) e peso e altura do feto.

A atividade física durante a gravidez pode ser prescrita, porém deve-se ter cuidado principalmente no primeiro trimestre da gestação, época de maior risco de abortamento. Nesta fase esportes de impacto devem ser evitados. Se a mulher já pratica atividade física regularmente, poderá continuar praticando durante o primeiro trimestre. Caso seja sedentária, o ideal é que comece a praticar algum esporte depois de transcorridos os primeiros três meses. Um alerta importante: só poderão praticar esporte após liberação do obstetra. Qualquer risco de abortamento em qualquer fase da gravidez deve ser eliminado para o início da prática do esporte.

Prevenção é sempre fundamental. Se a mulher já está acima do peso, o ideal é tentar perder peso antes de engravidar. Se não foi possível, deve procurar um obstetra para o pré-natal e planejar um acompanhamento em equipe multidisciplinar.

A redução do peso não só irá melhorar a sua própria saúde, mas também a do bebê. Se a gestante mantiver um peso saudável e um ganho de peso dentro dos limites preconizados, ainda ocorre a redução do risco da criança nascer com algum tipo de cardiopatia.

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