O uso correto da sibutramina

O Brasil tem mais de 40% da população com sobrepeso e mais de 10% da população com obesidade. Os dados são da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) vem sendo mais exigente na prescrição e venda de drogas para emagrecer. A partir deste mês, a sibutramina deixou de ser vendida com receita branca (controle simples), passando a ser vendida com receita azul (controle especial).

A substância é uma das drogas para emagrecer mais vendida do Brasil por sua segurança (quando bem indicada) e pelo preço acessível, principalmente depois que caiu sua patente, em 2007, pois promove a sensação de saciedade e diminuição do apetite – efeito da redução da recaptação da serotonina.

Agora os médicos deverão usar a receita azul, que é entregue pela Anvisa. Para poder obter o bloco do receituário, o médico deve apresentar a documentação requerida, assinar um termo de responsabilidade e, ainda assim, terá apenas direito a uma quantia numerada desses tipos de receita.

A substância está no mercado brasileiro há 15 anos e é considerada, entre os profissionais da área, um medicamento eficaz e seguro. Sua prescrição é uma ótima opção na qual o especialista se responsabiliza pelo acompanhamento do paciente, visando seu uso racional e a melhora dos hábitos de vida. Antes da prescrição de qualquer medicamento para auxílio na redução de peso, o paciente deverá ser submetido a exames complementares para conhecimento do seu real estado de saúde.

A maioria dos medicamentos terá restrições de uso quando o paciente apresentar problemas graves de coração, pulmão, rim e fígado. O uso da sibutramina não deve ser o único tratamento seguido pelo paciente. Em um primeiro momento é necessária a prática de um estilo de vida saudável, baseado em uma alimentação balanceada e na prática regular de atividade física.

O sacietógeno não é tão potente assim para proporcionar efeitos milagrosos. Ele apenas ajuda a dar um empurrão, fazendo com que o paciente muito guloso e que come além do necessário, diminuir a ingestão de alimentos. Ela também, muitas vezes, pode não dar efeito algum se o paciente tem algum problema hormonal que ainda não está sendo tratado ou que ainda não está bem compensado. Observo isso na prática do consultório quando o paciente me diz: “Doutora já usei a sibutramina e não tive nenhum resultado na redução do meu apetite”. Essa frase já pode me dar uma pista de que algo errado está acontecendo no seu metabolismo ou que, provavelmente, ela usou a medicação de forma irregular ou, ainda, associou a ingestão de bebidas alcoólicas que inativam o efeito da substância.

Portanto, o acompanhamento frequente do paciente nas consultas com o especialista e o uso correto da sibutramina permite o uso seguro do medicamento com excelentes resultados. Esse controle mais exigente da venda da sibutramina pela Anvisa vai limitar a prescrição irregular da medicação e o uso indiscriminado da mesma.