João Vítola, cardiologista e especialista em medicina nuclear.

Todos os anos ocorrem cerca de 160 milhões de doenças profissionais, 250 milhões de acidentes de trabalho e 330 mil mortes no mundo, de acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). No Brasil, o Ministério do Trabalho aponta que o número de trabalhadores vítimas de doenças e acidentes de trabalho passou de 19 milhões em 1981 para cerca de 27 milhões em 2001. Isso representa um aumento de aproximadamente 42% em apenas 20 anos.

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O estresse é um dos grandes causadores de doenças ocupacionais e é considerado o inimigo número um da vida moderna. Praticamente todas as profissões estão sujeitas a esse mal.

Geralmente, quando se fala em estresse logo relacionamos às doenças cardíacas. E não é por acaso. O estresse é um dos mais importantes fatores de risco das doenças do coração, juntamente com o tabagismo, a obesidade, o colesterol alto, o diabetes e o sedentarismo. A gravidade pode ser ainda maior se o paciente tiver histórico de cardiopatias na família. A combinação de todos esses fatores gera um coquetel quase mortal. Por isso, é fundamental reconhecer os sintomas do estresse e, a partir daí, tomar medidas preventivas, que dizem respeito, principalmente, à mudança nos hábitos de vida. Uma pessoa estressada deve praticar exercícios pelo menos duas vezes por semana, ter uma alimentação balanceada, preferindo ingerir frutas e verduras, não fumar e ter momentos de lazer.

Outra forma de prevenção é passar por exames médicos periódicos, ou seja, estar sempre com o check-up em dia. Faz parte da bateria de exames indicados: consulta médica, testes de esforço e eletrocardiogramas, além de exames mais específicos, de acordo com cada caso. Uma forma de avaliar o risco de morte ou infarto ocasionado pela doença cardíaca é fazer uma cintilografia de perfusão miocárdica, que é um exame da Medicina Nuclear. O exame atua como um estratificador de risco, identificando as áreas do coração que estão recebendo fluxo sangüíneo. Esse exame pode ser decisivo para encaminhar o paciente para o tratamento necessário.

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Não se deve esperar chegar aos 60 anos para fazer o primeiro check-up. Recomenda-se consultar o médico a partir dos 45, no caso de homens, e 55 anos, no caso de mulheres, caso não tenha nenhum sinal ou sintoma preliminar de doença, nem histórico familiar que o enquadre em algum grupo de risco para doenças coronarianas.

Cada caso exige uma atenção especial e o julgamento médico é fundamental para atingir o equilíbrio entre custo, benefício e risco dos exames para o paciente. Com efeito, pessoas com um ou mais fatores de risco (como tabagismo, obesidade, hipertensão, colesterol (LDL) alto, diabetes, sedentarismo e estresse) devem procurar um médico para fazer o diagnóstico de doenças antes mesmo da manifestação dos primeiros sintomas.

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As mudanças de atitudes somadas aos cuidados médicos regulares podem retomar o equilíbrio do organismo, evitar uma complicação cardíaca, contribuindo para uma vida mais saudável e plena.