O aumento da expectativa de vida do brasileiro é um fato comprovado pelos censos anuais. Atualmente, ser um sexagenário e chegar a ser um octogenário não chega a ser uma grande proeza, mas um desdobramento de uma série de conquistas médicas, sociais, políticas e tecnológicas.
Há 50 anos, os médicos aconselhavam as pessoas “de mais idade” a fazer repouso. Hoje, entendemos que o envelhecimento ativo conduz ao envelhecimento saudável. O novo conceito prioriza não só a parte física, mas também as atividades sociais, profissionais e afetivas do idoso, que precisa pertencer, interagir e ser aceito pela comunidade.
Em 2002, durante a 2.ª Assembléia Mundial sobre Envelhecimento, realizada em Madri, a Organização Mundial da Saúde lançou um documento que destaca o conceito do chamado envelhecimento ativo, levando em conta o conceito de vida livre de incapacidades.
Uma pessoa pode chegar aos 80 anos e ter um baixo risco de desenvolver alguma doença específica, enquanto outra da mesma idade pode ter até quatro vezes mais probabilidades em desenvolver a mesma doença. Os riscos estão relacionados não apenas aos fatores genéticos, mas também ao estilo de vida de cada um.
A incapacidade funcional começa a aparecer por volta dos 60 anos. O aumento da expectativa de vida do brasileiro nos obriga a repensar a velhice e a ponderar sobre nossas escolhas da juventude, pois é grande a influência das nossas decisões individuais na qualidade de vida futura.
O envelhecimento ativo prioriza a atividade física não só após o indivíduo ter atingido a faixa de idade mais avançada da vida, mas durante todo o processo. Não se admite mais um período de sedentarismo em que a atividade física seja interrompida por volta dos 20 ou 25 anos, quando ele se torna um profissional atuante e só seja retomada mais tarde, como forma de tratamento porque já adoeceu.
Um dos motivos de queixa mais frequente nos idosos são limitações articulares associadas às dores articulares, que se misturam e acabam conhecidas popularmente pelo codinome de reumatismo. Essa doença tem como característica marcante a degeneração, a perda da mobilidade articular, preceitos contrários ao envelhecimento ativo. Para combater este mal, é recomendado à terceira idade a prática de exercícios físicos, que aumentam a competência e o vigor muscular e impedem a manifestação da dor.
Não podemos falar em uma receita ou em uma fórmula para envelhecer bem. Não existem recomendações gerais, apenas específicas, apropriadas para cada pessoa. Entender como funciona o corpo humano e o processo de envelhecimento é mais eficaz do que buscar a fórmula da juventude, pois na história evolutiva do ser humano, nunca houve a expectativa de se viver mais de 60 anos, como há agora.
Por isso, devemos planejar como queremos viver esse tempo “extra”, lembrando que fundamental é querer viver bem todos os anos que teremos pela frente, não aceitando de forma passiva os acontecimentos, participando ativamente do processo de envelhecimento.