Entre os males da sociedade moderna, a lombalgia crônica está se transformando em uma situação comum. Estudos escandinavos indicam que entre 60% e 65% das pessoas têm dor nas costas crônica. Na França, o Alto Comitê de Saúde Pública, em um relatório de 1994, estimou que 52 atos em 1000 dos médicos clínicos gerais relacionavam-se à patologia da coluna, sendo que 36 relacionavam-se diretamente à doença do disco intervertebral.
Aos 30 anos de idade, todos nós começamos a perder ?proteoglicanas?, que são proteínas encontradas dentro dos discos intervertebrais, responsáveis por ?sugar? a água para dentro desses fantásticos amortecedores entre as vértebras. Com menos água, esses discos passam a não funcionar tão bem, e nosso corpo – inteligente que é – procurará restabelecer o equilíbrio da coluna produzindo osso para bloquear esse movimento anormal. O crescimento de osso para tentar bloquear essa ?microinstabilidade? é chamado de artrose.
Hoje, um dos tratamentos para a artrose lombar consiste na retirada desse osso sobre a medula e nervos e fixação da coluna com barras de titânio. A novidade, apreendida nas experiências de Strasbourg (França), Tübingen (Alemanha), Baltimore e Cleveland (Estados Unidos), é a existência de sinais das vértebras aparecendo na Ressonância Magnética. Eles indicam quando o paciente terá bom ou mau resultado com a cirurgia da coluna, contribuindo grandemente para que os médicos possam definir a exata conduta a ser tomada com o paciente.
A artroplastia, que é a implantação de um disco artificial na coluna, é empregada como uma das técnicas mais revolucionárias para a doença do disco intervertebral, já que preserva totalmente o movimento da coluna através da substituição do disco desgastado por um ?novinho em folha?. Essa técnica surgiu na Alemanha, na década de 80, e agora chega ao Brasil. Os resultados a longo prazo são animadores e têm se revelado tão bons quanto os de fixação de coluna.
Outra técnica cientificamente comprovada, e que pode livrar o paciente da cirurgia, consiste na infiltração de coluna Trata-se de procedimento percutâneo, ou seja, através da pele, dura menos de cinco minutos e o paciente deixa a sala de procedimento caminhando. Tem baixo custo e é uma excelente alternativa à cirurgia de coluna, resolvendo o problema de centenas de pessoas e garantindo melhor qualidade de vida.
João Luiz Pinheiro Franco, é neurocirurgião do Hospital Santa Paula, em São Paulo, e tem os títulos de Neurocirurgião Fellow da Université de Strasbourg (França, 2003-2005), Neurocirurgião Fellow da Universität Tübingen (Alemanha, 2005-2007), Neurocirurgião Visitor do Depto. de Cirurgia de Coluna das universidades Johns Hopkins (Baltimore, Estados Unidos), Cleveland Clinic USA (Philadelphia, Estados Unidos), Karlsbad e Murnau (Alemanha) e Lille(França).