Mobilidade a serviço da saúde

Logo mais vêm as eleições municipais novamente e os discursos políticos se voltam as primeiras necessidades da população, como: saúde, educação, alimentação, emprego, transporte e etc. Cada candidato elabora sua proposta e sai falando o que vai fazer caso seja eleito. É sempre a mesma coisa. Como eu não tenho a pretensão de me candidatar a nenhum cargo político, vou contar aqui como eu creio que poderia ser melhorado o setor da saúde.

Elaborei há um tempo atrás um projeto de saúde utilizando a mobilidade como solução, que concorreu a um prêmio internacional da Qualcomm, empresa líder no desenvolvimento e disponibilização de produtos e serviços inovadores de comunicações digitais sem fio, e foi um dos finalistas. Enfim, qual é a minha idéia? Atualmente existe no País o programa do agente comunitário da saúde com o objetivo de contribuir com a melhoria da saúde, oferecendo assistência e tratamento a partir de visitas domiciliares. Então, o agente acompanha um número pré-definido de famílias e anota em papel todos os dados da família, preenche relatórios, enfim, faz uma avaliação do estado de saúde das famílias e repassa para o Sistema Único de Saúde (SUS).

O meu projeto é disponibilizar um PDA (personal digital assistant) para os agentes comunitários para realizarem todo o trabalho ao invés de anotarem no papel. Basicamente, este aparelho é um computador de bolso, ou ?palma da mão?. Muitas pessoas confundem com uma agenda eletrônica. Uma agenda não passa de um dispositivo de armazenamento de informações, enquanto que um PDA, além desta função, tem a capacidade de processar informações de acordo com os softwares nele instalados, ou seja, um computador.

Uma solução de mobilidade na mão do agente seria extremamente importante para melhoria do serviço, já que a tecnologia móvel tem a missão de agilizar e melhorar os processos. Com um preparo adequado do agente e com um dispositivo móvel em mãos, ele pode organizar todo o atendimento médico de uma família. Com efeito, o Brasil poderia ter o maior case de sucesso nessa área. Isto porque o procedimento manual oferece desvantagens, como re-trabalho, erros no preenchimento, demora para entregar as informações, perda de dados, entre outros.

Com o processo automatizado na saúde, não seria só possível aumentar a qualidade do serviço como também agregar outras medidas como: agendamento em um posto de saúde, entrega de remédios, redução de fraudes por falta de informação, ou seja, seria de fato fazer uma medicina preventiva no País. Neste caso, o governo disporia um sistema de saúde bom, mais barato e bem controlado.

Agora falta saber se há interesse por parte dos governantes em tomar esse tipo de medida, não é mesmo? Vamos aguardar.