Inovações na medicina e saúde são principais desafios brasileiros

Com a ameaça de volta da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que tem como principal destino o investimento em saúde pública, retorna a discussão sobre como investir nesta área e se o problema realmente é financeiro. O tributo foi cobrado por dez anos e a melhora nas condições de saúde dos brasileiros foi muito pequena.

O Brasil investe hoje apenas 3,5% do PIB (Produto Interno Bruto) em saúde, quando, para melhorar o atendimento do SUS (Sistema Único de Saúde), esses recursos deveriam ser de pelo menos 6% da arrecadação do País. Porém, a falta de verba não é o único problema que atinge a saúde brasileira.

Além da falta de recursos do Governo Federal, os Estados que defendem a volta da CPMF não investem no setor o valor determinado pela Constituição, que é de 12% da receita. De acordo com um balanço do Ministério da Saúde, 13 Estados não atingiram esse índice em 2008. Assim, Ceará, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e Rio Grande do Sul, cujos governadores eleitos defendem a volta do imposto, não fizeram a sua parte.

A gestão e a economia da saúde ainda são temas pouco estudados e um número ínfimo de instituições destinam corretamente seus recursos. O primeiro passo para melhorar o atendimento às pessoas é entender o perfil da população e que tipo de tratamento é necessário em cada caso.

O avanço da medicina diagnóstica já possibilita determinar com precisão o tipo de doença em cada paciente e qual o tratamento mais indicado. Já existem, inclusive, testes disponíveis no mercado que cumprem com eficiência esta função. Por exemplo, com um exame simples, é possível fazer a exclusão de casos de trombose enfermidade. Assim, evita-se que aquele paciente que está no Pronto Socorro com suspeita da enfermidade, realize exames de imagem de alto custo, além de ocupar um leito, que também gera gastos elevados e, ainda, passe a utilizar medicação muitas vezes desnecessária.

Embora disponível e acessível, o exame é pouco utilizado na rede de saúde. Sua aplicação impactaria com uma redução significativa de custos, tanto no particular quanto no sistema público.

Diante do avanço na precisão de diagnósticos, também é preciso que as instituições de saúde, incluindo o SUS, os hospitais privados e os convênios médicos tornem-se mais flexíveis para modernizar e atualizar a lista de exames oferecidos. Quando não há substituição, mas somente inclusão de novos exames, novamente, eleva-se o custo de investimento, já que os diagnósticos ficam ultrapassados.

Outro fator que impacta diretamente no modelo de gestão da saúde é o aumento do número de idosos. Com uma expectativa de vida média de 70 anos, o papel da medicina preventiva assume uma função determinante na qualidade de vida oferecida a essas pessoas.

Quando os gestores da saúde perceberem que os tratamentos preventivos, em qualquer idade, são mais eficientes e baratos que a descoberta da doença em estágio avançado, talvez o sistema de saúde brasileiro olhe para as inovações que a indústria de diagnósticos oferece.

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