Futebol de fim de semana só é bom sem lesões

O futebol de final de semana é praticamente uma instituição no Brasil. Aliás, é tão institucionalizado que movimenta um lucrativo mercado. Há no País um número considerável de locais nos quais campeonatos de futebol de campo ou de salão amadores são formados por grupos de amigos. Nada mais normal. O que há de mal em eliminar o estresse de uma semana inteira com uma partida – ou para os que preferirem, a famosa ?pelada? – no domingão? Quando organizado com os amigos do trabalho então, o jogo do horário de folga acaba virando assunto do expediente e ajuda até a melhorar o relacionamento na equipe.

Visto por esse ângulo, o futebol cumpre uma função de suma importância em nossa comunidade. Além de melhorar as relações sociais, contribui com o desempenho físico de seus praticantes por se tratar de um esporte saudável. Porém, há de se observar dois importantes aspectos que, quando ignorados, tendem a transformar o lazer em dor de cabeça.

O primeiro deles tem a ver diretamente com a preparação física. Não raro, muitos dos praticantes vão ao trabalho de carro ou transporte coletivo durante a semana, passam o tempo inteiro sentados e realizam pouca ou nenhuma atividade física nos dias úteis. Quando chega o final de semana forçam os músculos a suportar uma carga de atividade para a qual não estão preparados. Aí acontecem lesões que podem tirar o atleta de vez dos campos ou quadras.

Outro aspecto é que, em muitas dessas reuniões, o futebol vem seguido do churrasco e da cerveja. O grande problema é que muitos, quando entram para jogar, já ingeriram certa quantidade de bebida alcoólica. E isso é muito grave. O álcool prejudica em muito a percepção espacial e os reflexos das pessoas. Assim como na direção de automóveis, as conseqüências da relação do álcool com o esporte podem ser extremamente desagradáveis.

Ainda mais quando entre os participantes há aquele sujeito que, embora amigo de todos, sempre entra em campo como se disputasse uma final de Copa do Mundo. Esse tende a ser um dos mais perigosos adversários. Ele não vai pensar duas vezes em usar os populares artifícios das botinadas e encontrões.

Só para se ter uma idéia, um estudo realizado com jogadores de futebol profissionais americano indicou que o contato entre os atletas representa o principal mecanismo de lesão durante o jogo. O mesmo levantamento apontou que mais de dois terços das lesões no futebol masculino ocorrem nos membros inferiores, principalmente tornozelo e joelhos.

Há também uma série de estudos científicos realizados por centros de referência em diversos países que comprovam que a incidência de lesões no futebol pode ser reduzida por meio de programas de prevenção. Toda atividade física deve ser feita sob a orientação de profissionais especializados e precedidos de uma avaliação física minuciosa.

Para quem não tem muito tempo para exercícios durante a semana, fica a dica de reservar 15 ou 20 minutos diários para sessões de aquecimento e alongamento. Essa prática já contribui muito para que, no final de semana, seus músculos não sintam excesso pela carga de atividade que lhes será imposta e não lhe cobrem com a dor resultante disto.

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