Primeiro de maio é Dia do Trabalho, uma oportunidade boa para refletirmos: o estresse no trabalho faz mal ao coração? O estresse faz parte da vida da maioria das pessoas. Quanto mais competitivo for o indivíduo, maior será o nível de estresse. De uma forma simples, podemos classificar as pessoas em dois tipos de personalidades: A e B. As de personalidade de tipo A são as mais competitivas, que trabalham longas jornadas, que comem e falam rápido e que buscam situações de grandes desafios. Já as de personalidade tipo B são mais tranqüilas, menos competitivas e possuem metas de vida não tão desafiadoras quanto aquelas do tipo A. Estatisticamente, os indivíduos do tipo A sofrem mais de problemas cardíacos, de infarto do miocárdio, hipertensão arterial e úlcera gástrica. Não há duvida de que o estresse contribui para uma maior incidência de doenças cardiovasculares.
Profissionais de praticamente todas as atividades estão sujeitos a esse mal. Entretanto, algumas profissões são consideradas mais estressantes do que outras. De acordo com a ISMA – International Stress Management Association – organização voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento do estresse no mundo -, as mais estressantes são, nessa ordem: policial e segurança; controlador de vôo e motorista de ônibus; pessoas que lidam com o público e jornalistas. Além deles, boa parte dos profissionais liberais, entre outros profissionais, está sujeita a grande exposição ao estresse.
Interessantemente, o estresse também pode ter um lado bom. A falta de estresse, que aparentemente poderia ser atrativa e benéfica, pode também gerar apatia e depressão. O exercício físico, por exemplo, é uma forma benigna de estresse e uma das maneiras mais baratas e eficazes de se reduzir a mortalidade por problemas cardiovasculares.
O estresse é um dos mais importantes fatores de risco das doenças do coração, juntamente com o tabagismo, a hipertensão, a obesidade, o colesterol alto, a diabetes, a história familiar e o sedentarismo. Para prevenir, é necessária a mudança de hábitos e o controle dos fatores de risco. Outra forma de prevenção é estar sempre em dia com o check-up cardiológico. Isso inclui consulta médica, exame físico detalhado, exames de sangue, eletrocardiograma de repouso e teste de esforço, além de exames mais específicos, de acordo com a indicação do médico. Uma das formas de se avaliar a probabilidade de morte cardíaca ou infarto é fazer um estudo de perfusão miocárdica, através da cintilografia, que é um exame da medicina nuclear. O exame atua como um estratificador de risco cardíaco. Esse tipo de avaliação pode ser decisivo para encaminhar o paciente ao melhor tratamento.
As mudanças de atitudes somadas aos cuidados médicos regulares podem retomar o equilíbrio do organismo, evitar uma complicação cardíaca, contribuindo para uma vida mais saudável e plena.