Escolhas reprodutivas

Sexo engravida. A reprodução é função natural do ato sexual. Entretanto, com a evolução da humanidade, o sexo deixou de ter apenas a função reprodutiva e tornou-se uma manifestação de desejo e de prazer entre um casal. Tal mudança provocou uma procura pelo ato, muito mais voltada para a vivência prazerosa, do que para o objetivo de ter um filho. O problema é que o nosso organismo não consegue fazer a distinção entre as motivações para o sexo e impedir que ocorra uma gravidez, quando este não é o propósito do casal. Por isso, é necessário que as pessoas façam uso de métodos contraceptivos.

Até a década de 1960, antes da descoberta da pílula anticoncepcional, as pessoas dispunham de poucas alternativas para se prevenir de uma gravidez. O que existiam eram os métodos naturais – que falham com uma freqüência muito alta – e o preservativo masculino, até então pouco difundido. Hoje, essa não é mais a nossa realidade. No século XXI, muitas conquistas científicas foram obtidas no campo da contracepção, de tal forma que podemos exercer o direito de decidir o melhor momento para ter um filho, sem que para isso a natureza sexual de cada pessoa seja agredida, inclusive na adolescência.

No Brasil, os jovens são os que menos exercem os seus direitos reprodutivos. Enquanto, nos últimos 10 anos, o número de partos por ano, diminuiu na idade adulta, na adolescência, aumentou 2%. Em 2004, de cada 100 bebês que nasceram 26 eram filhos de garotas entre 10 e 19 anos. Com toda certeza, a adolescência não é um bom momento para se ter um filho. Os jovens têm obrigação de conhecer os métodos contraceptivos e ficar de fora dessa estatística.

Muitos são os métodos anticoncepcionais, uns mais eficientes, outros menos. Há os métodos naturais (pouco eficientes), os mecânicos, os hormonais e os de barreira. Estes últimos (preservativo masculino e feminino) são mais práticos e acessíveis para os adolescentes, sendo muito eficientes quando utilizados corretamente. A maioria dos métodos contraceptivos foi desenvolvida para ser usada pelas meninas. Isto dá à mulher uma maior autonomia na decisão sobre a maternidade, mas não significa que a prevenção deva ser uma responsabilidade só dela. Os meninos também podem participar ativamente do processo. Aliás, aquele garoto que quer ter a certeza de que não corre o risco de “ficar grávido”, deve usá-lo em todas as relações sexuais, independente do fato de a namorada estar usando um outro método contraceptivo. Usar o preservativo é a única forma de o menino ter o controle sobre a paternidade. Afinal, engravidar deve ser uma escolha e não uma fatalidade.

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