Escola x pais: um relacionamento possível

Para muitos pais, as questões da escola são, sem dúvida nenhuma, o ponto nevrálgico da relação com os filhos. A relação entre família e escola nunca foi uma coisa simples. De um lado, os pais achando que a escola poderia assumir mais responsabilidades suprindo lacunas que eles hoje não conseguem contemplar e, do outro, a escola, que busca negociar com essas lacunas, tentando aproximar os pais de seus muros, engajando-os e tentando comprometê-los com seus filhos.

A escola tem o dever de oferecer aos seus alunos instalações adequadas, limpas e arejadas, professores competentes e interessados, além de honrar o conteúdo obrigatório para cada série e representar os valores familiares. Os pais devem zelar pela freqüência escolar de seus filhos, pela realização das tarefas e estudos em um local adequado, respeito aos professores e à escola, sua metodologia, didática e estatuto.

Parece fácil, mas quando os filhos apresentam dificuldades de aprendizagem ou de disciplina alguns pais tendem a criticar a escola e seus professores antes de avaliar as circunstâncias e seus desdobramentos, sem perceber que estão ensinando os filhos a desculpar suas falhas, ignorando seus erros.

Cada criança ou jovem tem seu ritmo, suas dificuldades e facilidades, sua forma de estudar, de entender e de se relacionar tanto com o conhecimento como com as tarefas. Os pais precisam aprender a conhecer seus filhos e negociar com eles a melhor forma de conduzir os estudos.

Existem crianças que são muitos sensíveis aos estímulos e se distraem com facilidade; outras que  gostam de barulho enquanto realizam suas tarefas; há, ainda as que preferem realizar suas tarefas em dois blocos (antes e depois das atividades extracurriculares); as que se cansam com facilidade; as que preferem estudar sempre no mesmo horário e as que têm muitas atividades e não dão conta nem do tempo nem da exigência.

Outros problemas podem comprometer o bom andamento da aprendizagem de um aluno: problemas de visão, surdez, disritmias cerebrais, epilepsias, dislexia (dificuldade em lidar com símbolos-letras e números), disortografia (incapacidade de transcrição da linguagem oral tendo trocas auditivas), disgrafia (dificuldade de passar para a escrita o estímulo visual da palavra impressa), disartria (dificuldade de articular palavras, resultado de paresias, paralisias de músculos da face/fala pastosa) e hiperatividade (que é ocasionada por um desequilíbrio neuroquímico cerebral, que provoca desatenção e dispersão). também interferem no aprendizado.

Porém, para que um indivíduo possa usufruir bem do que lhe é ensinado, existem condições físicas, emocionais e estruturais básicas que devem ser contempladas: boas condições de moradia, incentivo dos pais ao estudo, escola comprometida com o conteúdo e com o aluno, participação dos pais na vida escolar (tarefas, horários, estudo, professores), boa saúde, alimentação saudável (horários das refeições respeitados) e bom relacionamento entre os pais.