Ergonomia como agente transformador

A ergonomia surgiu há alguns séculos, mas foi a partir da 2.ª Guerra Mundial que começou a ser reconhecida. No início, a especialidade buscou o estabelecimento das medidas e limites impostos ao ser humano, a necessidade de se estudar os arranjos físicos do local de trabalho e sua interação com o trabalhador.

Posteriormente, começaram também os estudos em relação a aspectos como ruídos, vibrações, temperatura e iluminação.

Com a informatização dos sistemas, a ergonomia ganhou uma visão cognitiva do trabalho, entendendo como a informação é captada e processada para gerar uma resposta por parte da máquina ou do homem. Hoje, as fórmulas propostas são baseadas no processo organizacional. O estudo não está centrado somente na tecnologia empregada para desenvolver um produto, nem apenas no ser humano ou no ambiente ao redor, mas na união de todos esses fatores. Esse estudo é conhecido por macroergonomia.

Tal definição está em estreita relação com a definição de ergonomia proposta pela Associação Internacional de Ergonomia (International Ergonomics Association) de 2003, que explica: “Ergonomia (ou fatores humanos) é a disciplina científica dedicada ao conhecimento das interações entre o ser humano e outros elementos de um sistema, é a profissão que aplica teorias, princípios, dados e métodos para o projeto, de modo a otimizar o bem-estar do ser humano e o desempenho do sistema como um todo. O ergonomista contribui para a projeção e a avaliação de tarefas, trabalhos, produtos, meio ambientes e sistemas para torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas”.

A capacidade de olhar para a empresa como um todo, desconstruí-la e posteriormente propor uma reconstrução inovadora e eficaz dependem da capacidade técnica do ergonomista (profissional que usa a especialidade como ferramenta de transformação) e dos objetivos da instituição que busca uma resposta ergonômica.

Equilibrar aspectos, como saúde do trabalhador, qualidade de vida, segurança, conforto, possibilidade de execução do trabalho, valorização das capacidades dos indivíduos e a viabilidade econômica dos projetos devem permear a ação ergonômica. Essas ações são complementares quando permitem a observação do local de trabalho sob as lógicas social e produtiva. O problema surge quando aspectos relacionados aos custos, organização e produção impedem reflexões mais aprofundadas. Tal postura dificulta o trabalho mais amplo, porém, não o impede.

O mundo está em constante transformação e as empresas necessitam buscar um diferencial por meio de ações estruturadas e focadas. O desempenho de atividades dos trabalhadores requer atenção não apenas no mobiliário, mas também na revisão de todo o processo produtivo. Isso fará com que a eficácia das ações das empresas rumo a um futuro promissor seja estabelecida em bases científica e segura. Para isso, a ergonomia se tornou essencial.

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