Está se tornando evidente a capacidade do cérebro e da mente que envelhecem saudavelmente em manterem a integridade. O aumento na longevidade aliada às melhores práticas de diagnósticos e tratamentos nos países desenvolvidos têm resultado em uma elevação apreciável no número de idosos sadios – pessoas que mantêm corpos e mentes “sarados”, com idade avançada.

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Para chegar à velhice com uma mente saudável, o nosso cérebro necessita de atividade e não de inércia ou passividade. O estímulo mental, com produtividade, criação, imaginação, leituras, artes, jogos e trabalhos, sejam mentais ou manuais, são muito importantes para todas as pessoas. Cultivar plantas, colecionar objetos, caminhar, manter o espírito sempre alegre, cantar, conviver socialmente e manter sempre a meta de ser útil dentro de um segmento social são atitudes simples, mais cada vez mais eficientes. Com o aumento da expectativa de vida, não se deve pensar que aposentar-se e cruzar os braços lhe trará somente benefícios. Ao contrário, observa-se que a prevalência de depressão é cada vez mais frequente entre os aposentados, pois de produtivos tornam-se inativos e expostos a alguns problemas cruciais, como marginalização social e, invariavelmente, à baixa da autoestima e suas consequências negativas.

As expectativas positivas de envelhecimento normal permitem – e de fato estimulam – projeções de como poderia ser conviver com melhor qualidade de vida na maturidade. Isso contribui para o planejamento para um período de vida mais longo, aumentando a própria compreensão sobre as prevenções necessárias e fundamentais. Assim, é importante estimular a longevidade com qualidade de vida preservada, sem sofrimento e com projeções econômicas, culturais e familiares positivas, visualizando a terceira ou melhor idade como um continuísmo natural da vida.

Quando morre um idoso, mais uma enciclopédia é incendiada. O idoso não é simples continuação do adulto, assim como a criança não é miniatura do adulto. A velhice não é um fato estático: é um término e o prolongamento de um processo. Em que consiste esse processo? Em outras palavras, o que é envelhecer? A ideia está ligada à transformação, no entanto a vida de um embrião, do bebê e da criança também se constitui em uma incessante transformação.

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Seremos levados a concluir que nossa existência é uma morte lenta? Certamente que não. Semelhante paradoxo desconhece a verdade essencial da vida: ela é um sistema instável no qual se perde e reconquista a cada instante o equilíbrio; a inércia é que é o sinônimo de morte. A lei da vida é mudar em seu eterno vir a ser e transformismo.