Caracterizada por efeitos físicos e mentais adversos, com uma variedade de sintomas, a ressaca sempre está associada à intoxicação pelo álcool. Justamente por esta variação grande dos sintomas (de pessoa para pessoa e de ocasião para ocasião), não há uma definição exata do distúrbio.
Dentre os sintomas mais comuns estão dor de cabeça, náuseas, problemas de concentração, boca seca, tontura, desconforto gastrintestinal, cansaço, tremores, falta de apetite, sudorese, sonolência, ansiedade, e irritabilidade. Mas o que faz uma pessoa ter ressaca ou não?
Existem várias hipóteses para explicar o surgimento e a gravidade da ressaca, sendo alguns dos principais fatores influenciadores: a quantidade de álcool consumida, o tipo de bebida alcoólica e o intervalo de tempo do consumo. Além disso, a vulnerabilidade à dependência de álcool e outros fatores psicológicos também parecem estar relacionados ao problema.
Vários sintomas da ressaca podem ser explicados pelos efeitos diretos do álcool sobre diferentes sistemas fisiológicos. Os principais estão relacionados à desidratação, hipoglicemia e alterações no sono provocadas por essa substância. O álcool, por si mesmo, induz a desidratação, e alguns de seus efeitos comuns na ressaca, como suor, vômito e diarréia, promovem uma perda de água ainda maior. Assim, é importante lembrar que, durante a ressaca (ou durante/após o consumo não-exagerado de álcool), é essencial reidratar-se.
Já a hipoglicemia induzida pelo álcool pode afetar o funcionamento cerebral, levando a estados de fraqueza, cansaço e mudanças de humor. Os efeitos cognitivos, como perda de memória e alterações de humor, seriam decorrentes do aumento nas concentrações de algumas proteínas sinalizadoras envolvidas na resposta inflamatória.
Por outro lado, as alterações do sono induzidas pelo álcool, por interferir na atividade do cérebro e nos níveis de hormônios que regulam o sono e o “relógio biológico”, estariam relacionadas à duração e qualidade do sono, e não exatamente à quantidade de álcool consumida. Dessa maneira, os efeitos do álcool no sono poderiam explicar o cansaço e a disfunção cognitiva observados durante a ressaca.
Taquicardia, sudorese, náusea e vômito podem estar associados a efeitos tóxicos provocados pelos compostos quimicamente relacionados ao álcool, produzidos durante a fermentação alcoólica ou adicionados durante o processo de produção da bebida ou pelo acetaldeído, substância resultante da metabolização do álcool.
Muitas pessoas querem dicas para evitar ou diminuir os efeitos da ressaca. Com relação a isso, não tenho dúvidas – a única maneira de ter certeza de que não terá ressaca é não beber abusivamente. Se for beber, que seja de forma responsável e moderada, hidratando-se e se alimentando bem para evitar a hipoglicemia.
Respondendo ao título deste artigo, só é possível diminuir os efeitos da ressaca bebendo menos – pois essa é a maneira que nosso organismo tem de nos lembrar sobre os perigos do consumo excessivo de álcool.