Marco Paschoalin, gerente médico da Roche. |
A osteoporose é marcada pela redução da quantidade e da qualidade de massa óssea, o que leva a um aumento no risco de fraturas. A doença é a principal causa de fraturas em mulheres na pós-menopausa e em idosos. As principais fraturas ocorrem na coluna, no quadril e nos pulsos e podem levar a complicações, como dores crônicas, dificuldade para locomoção e, conseqüentemente, deterioração da qualidade de vida do paciente.
A enfermidade acomete um número muito grande de pessoas no mundo. Estima-se que, somente nos Estados Unidos, 10 milhões de pessoas acima de 50 anos sofram com a doença e mais de 34 milhões apresentem baixa massa óssea, característica que predispõe ao desenvolvimento da osteoporose. Quatro em cada cinco mulheres são vítimas da enfermidade, metade delas vai apresentar alguma forma de fratura relacionada ao distúrbio ao longo de suas vidas.
A doença é chamada de silenciosa, pois, na grande maioria dos casos, não apresenta sintomas até que ocorra a primeira fratura. No caso das mulheres na pós-menopausa, a atenção deve ser redobrada, pois a principal causa da osteoporose é a redução na produção de estrógeno que acontece justamente neste período. Entre os fatores de risco, podemos destacar idade avançada, baixo peso, raça caucasiana, histórico de doença na família, deficiência hormonal, dieta pobre em cálcio, uso de determinadas medicações, como corticóides, fumo, álcool e um estilo de vida sedentário.
O diagnóstico da osteoporose é feito por meio da densitometria óssea, um exame simples e indolor que pode ser descrito como uma ?radiografia? do osso. Com ele, é possível identificar a quantidade de mineral presente nos ossos e dar o direcionamento adequado ao tratamento, caso necessário.
Apesar de, até hoje, não existir cura, os tratamentos têm o objetivo principal de evitar as fraturas. Assim, dois caminhos podem ser orientados: um à base de medicamentos e outro não medicamentoso. Na terapia à base de remédios, os tratamentos evoluíram muito nos últimos anos. Comprimidos que eram tomados diariamente, hoje já podem ser tomados a cada semana e até mensalmente. Já o tratamento sem medicamentos é feito com uma alteração no estilo de vida do paciente, que inclui atividades físicas freqüentes, alimentação rica em cálcio e exposição adequada ao sol para estimular a absorção de vitamina D. A escolha do tipo de tratamento adequado a cada pessoa cabe a um especialista, de acordo com as características de seu caso.
Vale ressaltar que apesar dos tratamentos disponíveis, o mais importante é prevenir a doença bem antes de se chegar à maturidade. Por isso, é fundamental que, desde a juventude, já exista uma conscientização sobre a enfermidade e suas formas de prevenção. Ter uma dieta rica em cálcio desde a infância, manter atividade física regular, evitar o uso de álcool e fumo certamente são ações que poderão garantir uma reserva óssea para quando o corpo precisar. Quanto maior este ?estoque?, menor a probabilidade de desenvolver a doença.