Dia Nacional de Combate ao Câncer: importantes avanços, muitos desafios

Hoje é o Dia Nacional do Combate ao Câncer. A data serve para reforçar que, tão valiosa quanto os novos tratamentos, é a preocupação de todos para o cuidado com a saúde e a prevenção. Instituído em 1988 pelo INCA -Instituto Nacional de Câncer, este dia vem sendo marcado por ações de conscientização da sociedade ao caráter educativo e social dessa doença.

O câncer representa, hoje, a segunda causa de morte por doença no Brasil. Segundo dados do INCA, no Brasil, ocorreram quase 500 mil casos novos de câncer em 2006. Os tipos mais incidentes são os de próstata e pulmão, no sexo masculino e mama e colo do útero, no sexo feminino.

Em todas as áreas da medicina, a luta que travamos é pela vida. Na área da oncologia, antigamente, a luta pela vida era desigual, mas hoje já estamos conseguindo vencê-la. A tecnologia tem sido uma de nossas grandes aliadas no combate ao câncer, bem como avanços em todo tratamento a que se submete o paciente, entre eles, a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia, além do lançamento de um número crescente de novos medicamentos.

A luta contra o câncer em suas diferentes formas recebe aliados a cada dia. Grandes laboratórios, universidades e centros de pesquisa em todo o globo chegam cada vez mais perto do objetivo primordial: a cura. Porém, a mais forte aliada nessa luta ainda deve ser a prevenção. No desenvolvimento tecnológico, notamos a geração de equipamentos cada vez mais avançados, que atingem o tumor com precisão milimétrica, o que garante ao paciente melhores resultados.

Como cirurgião oncológico, também verifico que as intervenções cirúrgicas, utilizadas em 70% dos casos, estão cada vez menos invasivas. Isso beneficia o paciente com um pós-operatório menos dolorido e traumatizante, com resultados de cura mais favoráveis, condições estéticas melhores e retorno mais rápido às atividades normais do seu dia-a-dia.

Aliadas a isso, as novas combinações de quimioterapia permitem que o paciente possa se submeter às sessões com mínimos efeitos colaterais, prova de que a ciência vem pesquisando e aperfeiçoando as drogas. No Hospital Erasto Gaertner, por exemplo, conduzimos mais de 20 pesquisas clínicas com medicamentos que, no futuro, estarão contribuindo para o avanço no combate à doença.

Todo esse arsenal à disposição do médico oncologista nos permite afirmar que o câncer não é mais sinônimo de morte, como ficou estigmatizado no passado. Além disso, num futuro não muito distante vislumbro que a doença será comparável a patologias crônicas, como diabetes e hipertensão. O caminho que a ciência está trilhando me leva a afirmar que vamos conseguir controlar a doença e proporcionando ao paciente uma qualidade de vida digna para que possa conviver com o câncer. O futuro dirá e os avanços seguem nessa trilha. É pelo que lutamos.