Vai longe o tempo em que as pessoas com algum tipo de transtorno ou doença mental eram tratados com eletrochoques em hospícios e submetidas a longos internamentos, sem poderem manter contato com familiares e mantidas longe do convívio social. Hoje, a saúde mental é tratada como tema de qualidade de vida. Avançamos para uma época em que os direitos humanos são priorizados, tempos em que a flexibilidade humana faz-se necessária, aponta para a visão de que a terapia e os tratamentos são meios eficazes e saudáveis na busca por uma vida melhor.
Perder o rumo da razão em meio ao estresse, em meio à falta de tempo, ao caos do trânsito, não é coisa rara. As pessoas estão cada vez mais irritadas, tristes e deprimidas. Até mesmo a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a saúde mental deve começar a ser tratada de forma diferenciada, devido ao crescente número de pessoas que vêm apresentando esses tipos de transtornos diante das transformações que a sociedade está enfrentando. A OMS alerta ainda que o quadro é mais grave em países mais pobres, vítimas das desigualdades sociais e da miséria.
O preconceito é grande. Encarar o desequilíbrio como um problema de ordem fisiológico é ainda uma barreira. As práticas de saúde mental atuais pregam uma articulação de cuidados, voltadas para as necessidades de humanização no tratamento dos pacientes, além de evitar práticas medicalizantes. O que inclui medidas profiláticas, cuidados com o bem-estar, manutenção de atividades de lazer e de relaxamento.
Procurar atendimento também está mais fácil. Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde mental abertos à população e comunitários do Sistema Único de Saúde (SUS). Buscar um bom terapeuta é cada vez mais comum e necessário para quem enxerga a necessidade de priorizar o autoconhecimento. O objetivo a ser alcançado é manutenção da qualidade de vida, em todos os sentidos.
Em outubro, mês dedicado aos cuidados com a saúde mental, discutir sobre os temas e conceitos de sanidade, insanidade e normalidade se faz necessário para aprendermos a nos aceitar como humanos. As novas faces da medicina e das políticas de saúde, como o avançado uso da biologia molecular, são exemplos de como tratar esse assunto como uma questão de saúde pública e livre de qualquer intolerância social.