Difícil imaginar nossas vidas sem o uso da voz. Ela representa um dos principais instrumentos de trabalho para 70% dos profissionais, entre eles, vendedores, recepcionistas, radialistas, professores e operadores de telemarketing. Isto sem falar nos atores e cantores que expressam sua arte por meio do som. A voz é tão importante que tem até um dia em sua homenagem: 16 de abril.
As recomendações mais comuns dos otorrinolaringologistas e fonoaudiólogos para o cuidado com a voz são evitar gritos ou cochichos, pigarrear ou tossir à toa, forçar a voz, fumar, consumir álcool em excesso, praticar exercícios físicos falando e falar em demasia em ambientes barulhentos, em período pré-menstrual e após o uso de medicamentos. Também se deve evitar os alimentos derivados do leite e achocolatados antes do uso intenso da voz, os alimentos que causem azia e má digestão, e os ambientes com muita poeira, mofo e cheiros fortes.
Na prevenção, é importante passar por uma avaliação otorrinalaringológica e fonoaudiológica. A frequência com que esses exames devem ser feitos varia conforme a necessidade do paciente. Para os profissionais da voz, a recomendação é de que sejam realizadas pelo menos uma vez por ano.
Esses exames são indicados para todas as idades e podem ser feitos mesmo por quem não sinta nenhum sintoma. Assim, pode-se detectar algum problema na fase inicial e, que, ainda não apresente sinais relevantes. Os sintomas que sinalizam que esses exames devem ser feitos com urgência são rouquidão quase constante, fadiga vocal, pigarro, ardor e a sensação de “um bolo na garganta”. Geralmente, são realizados sob anestesia tópica, com o paciente sentado. Dependendo do procedimento, é realizado através da boca ou nariz, permitindo o diagnóstico das doenças da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e da laringe, em especial das pregas vocais. Com efeito, a investigação é voltada a todas as estruturas da laringe em busca de lesões orgânicas ou funcionais.
A maioria das doenças da voz tem tratamento com medicamentos, fonoterapia ou cirurgia. Quanto mais cedo o problema é diagnosticado, maiores são as chances de preservação da voz, principalmente em casos mais graves, como câncer, por exemplo.
São inúmeros os mitos e crendices em relação aos cuidados com a voz: tomar conhaque para “aquecer” a voz, dar um grito antes de falar em público libera as tensões, pigarrear ajuda na limpeza das cordas vocais, cochichar é bom já que poupa a voz, chupar pastilhas é bom para a voz. Nenhum deles tem comprovação científica.
Em contrapartida, existem cuidados que ajudam, realmente, a preservar a voz. Entre eles, articular bem as palavras, falar pausadamente, descansar a voz (fazer momentos de repouso vocal), ingerir muito líquido em temperatura ambiente (um a dois litros por dia) e cuidar da saúde geral (sono, alimentação, atividades antiestresse). Que neste dia 16 de abril a atenção e os cuidados com esse tão precioso bem sejam redobrados.