A procura por cirurgias plásticas aumentou consideravelmente nos últimos anos e atrai cada vez mais o público jovem. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), entre setembro de 2007 e agosto de 2008, foram realizadas aproximadamente 629 mil plásticas estéticas em todo país, todas por profissionais especializados. As plásticas em adolescentes – entre 14 e 18 anos – representam perto de 10% desse total, ou seja, mais de 100 mil jovens se submeteram a algum tipo de intervenção estética no período analisado.

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Constatamos que na lista dos procedimentos mais procurados por esse público estão a rinoplastia (plástica de nariz), a mamoplastia redutora (diminuição das mamas), a mamoplastia de aumento (prótese de silicone), a lipoaspiração, a correção de orelhas de abano (otoplastia) e a ginecomastia (correção do volume das mamas masculinas).

Entre os motivos que levam ao aumento da procura dos jovens pela cirurgia plástica estão a valorização da estética, o desenvolvimento de novas técnicas, que faz com que a recuperação e o ato cirúrgico sejam mais seguros, e a “necessidade” que o jovem tem de se enquadrar aos padrões estéticos predominantes na sociedade.

É preciso considerar que a adolescência é um período marcado por diversas mudanças psicológicas, físicas e comportamentais. Daí a importância de se procurar o cirurgião plástico, pois ele é capaz de detectar as reais motivações que levam os jovens a procurar pela cirurgia. É fundamental que o profissional avalie a maturidade emocional e física do paciente, e explique a ele todos os passos da cirurgia, assim como possíveis complicações que podem advir da cirurgia.

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Essa procura dos adolescentes pela cirurgia plástica pode ser considerada bastante salutar, desde que eles estejam esclarecidos e preparados para todos os procedimentos cirúrgicos que terão de enfrentar, como a internação, a anestesia, as cicatrizes, os medicamentos, o repouso no pós-operatório e os resultados esperados.

É importante destacar que a opção pela plástica deve ser decidida pelo paciente, juntamente com a orientação do médico, e com o consentimento dos pais. A cirurgia deve ser procurada se esse jovem já não consegue conviver com o problema que lhe aflige, se esse problema já está interferindo na sua autoestima ou se não conseguiu resolver o que o incomoda por outros meios.

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Há casos em que a plástica na adolescência e até mesmo na infância se faz necessária, como por exemplo, em pacientes que têm “orelhas de abano”, que podem ser corrigidas a partir dos sete anos de idade, quando a cartilagem da orelha está completamente formada. Quando o assunto é puramente estético, é importante que o cirurgião-plástico converse com os pais e, principalmente, descubra as reais motivações da cirurgia com o adolescente.

Portanto, seja para saciar o ego ou para se livrar de um trauma, o uso do bom senso continua sendo o principal aliado dos jovens na hora de optar por fazer uma cirurgia plástica.