Aspectos externos interferem no desenvolvimento facial de crianças

Descobertas recentes têm mostrado que a genética não é único fator responsável pela maneira como a face humana se desenvolve no decorrer da vida. O meio ambiente, as relações e os hábitos diários também têm peso. A fase infantil deve ser olhada com muito cuidado, pois o sistema músculo-esquelético da criança é muito suscetível a sofrer deformações progressivas e continuadas.

Nessa fase, os ossos possuem uma capacidade plástica e de remodelagem surpreendente e, sob uma atuação fora dos parâmetros de normalidade dos músculos faciais, podem ter suas estruturas e formas alteradas. O relacionamento com o ambiente influi nessa questão, logo, os cuidados para que as crianças tenham um desenvolvimento correto – com relação à face, área de atuação de ortodontistas e ortopedistas-faciais -abrangem conhecimentos da área pediátrica, que observarão as condições orgânicas e psicológicas do paciente.

Essa percepção da importância dos fatores externos na formação da face abre espaço para novas possibilidades de diagnóstico, prevenção e terapias para doenças e anomalias faciais. O ataque aos fatores de risco já na fase infantil é o mais indicado, e por vezes com tratamentos que não incluem necessariamente a utilização de aparelhos, ao contrário do que trata o senso comum.

As alterações morfológicas e funcionais da face, em geral, têm raízes em diversas causas, o que necessita um trabalho interdisciplinar no tratamento. Isso quer dizer que o caráter ortopédico do rosto infantil pode ir se deformando gradativamente, com isso, devem ser diagnosticadas em todos os campos interdisciplinares que estiverem envolvidos, e as terapias aplicadas da mesma forma. Podem-se incluir desde patologias, como alergias sobre a via aérea superior, até cuidados voltados à dinâmica familiar, à prevenção contra ações do ambiente, aparelhos e exercícios mioterápicos (uma técnica especial para corrigir a ação dos músculos faciais sobre os ossos e reeducar a língua).

É interessante lembrar que as deformações ortopédicas do rosto não costumam ter origens congênitas (que ocorrem durante a gestação), mas, sim, são adquiridas com o decorrer da vida. Por isso, é sempre importante prestar atenção ao que acontece com seu filho e, caso suspeite de algum problema, procure um especialista. Também aqui, diagnóstico e tratamento precoces são mais eficientes e permitem prevenir males maiores ou interromper – e normalizar – o que já está ocorrendo de forma errada.

A preocupação dos pais (observando seus filhos quanto ao rosto e suas funções) deve ser redobrada, pois, futuramente, podem ser desencadeados problemas pessoais, entre eles, baixa auto-estima e complexos de inferioridade, entre outros. Também transtornos psicológicos e de relacionamento em seu grupo de convivência (principalmente na escola) pela má-formação dentofacial presente, que – progressivamente – pode tirar a harmonia e a beleza do rosto.

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