Anorexia – a ditadura da beleza

Quando falamos em ditadura da beleza costumamos associar aos jovens em confrontos com a realidade, ou com sentimentos de frustração, medo, angústias e inseguranças. E essa parece ser uma questão do mundo atual. Basta olharmos para a incidência cada vez maior e mais precoce do número de casos de transtornos alimentares e depressões. É inequívoco que essas patologias têm como causa dificuldades internas muito profundas, mas também são reforçadas por valores culturais, ou seja, a ditadura da beleza.

Hoje os padrões de beleza são ditados pela mídia, para a mídia e também para a sociedade em geral. Parte da culpa se dá aos meios de comunicação, principalmente a televisão, que frisa que o ideal de beleza e saúde é uma mulher extremamente magra. Por isso cada vez mais os jovens estão se rendendo à cirurgia plástica, tratamentos de estética e deixam de comer, em vez de cuidarem da saúde física e mental. Geralmente nos quadros de anorexia em meninas, há uma mãe autoritária e menos afetiva.

No Brasil, uma em cada 250 adolescentes tem a doença e 20% dos casos de anorexia terminam em morte. A recusa em manter um peso adequado para a sua estatura, o medo intenso de ganhar peso e a distorção da imagem corporal são as principais características da anorexia nervosa, transtorno alimentar que surge, geralmente, na adolescência e se manifesta em 90% dos casos em meninas.

É fácil reconhecer um começo de anorexia, basta observar se o individuo começa a perder peso rapidamente. A mudança é brusca, de uma hora para outra, a pessoa fica com uma aparência cansada e com um índice de massa corporal (IMC) abaixo dos 15%. Quando isso acontece é importante que os pais fiquem de olho nos seus filhos adolescentes, observando quando eles evitam fazer refeições com a família, só falam em perder peso, cortam os alimentos em pedaços bem pequenos, escondem a comida, ou dão para o cachorro, praticam incessantemente atividades físicas, ou buscam informações na internet sobre sites de anorexia para trocar experiências.

Essa é uma doença grave, multifatorial, com comprometimentos físicos e psíquicos. Por isso, necessita de muitos profissionais em seu tratamento, notadamente de um endocrinologista, psicólogo e nutricionista. Elas têm que ter uma orientação nutricional para manter o peso adequado e não buscar alternativas como usar laxantes com o intuito de emagrecer que vai prejudicar muito a saúde. A família deve apoiar o trabalho da equipe e precisa ser muito bem orientada. Existem gordinhas que são muito bonitas, assim como existem magras que são horríveis.

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