São horas em engarrafamento de trânsito, além da pressão no trabalho, cobranças na vida pessoal, situação econômica instável ou noites mal-dormidas. Todos esses ingredientes apimentam um prato cada vez mais difícil de digerir: o estresse, que nada mais é do que uma reação do organismo frente a fatores externos pra lá de desfavoráveis. Se a doença não for tratada, pode resultar em outros problemas mais graves como dependência química que se manifesta como forma de fuga diante de situações conflitantes. Há uma descarga de adrenalina que atinge principalmente os aparelhos circulatórios e respiratórios e quando o perigo passa, a produção de adrenalina para e tudo volta ao normal. Por isso, a reação é de taquicardia, palidez, sudorese e respiração ofegante. Pode haver, também, um descontrole da pressão arterial, ou seja, um aumento dela em níveis bem altos, o que não significa que a pessoa seja hipertensa.

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É assim mesmo: o organismo traduz exatamente o que as pessoas pensam e sentem. Quando reprimimos nossos sentimentos, eles vão se acumulando até o ponto que nos machucam profundamente, atingindo algum órgão mais sensível. A conclusão da incidência das doenças psicossomáticas surgiu a partir do acompanhamento da evolução do quadro clínico dos pacientes. Muitas vezes, as moléstias sanadas nas salas de cirurgia, como úlceras, por exemplo, voltavam a incomodar. Os diálogos travados ao longo dos anos reforçaram a suspeita de que a origem dessas doenças era emocional/mental.

Deus criou o dia e a noite justamente para trabalharmos à luz do dia, e descansarmos à escuridão da noite. Entretanto, a evolução técnico-científica das últimas décadas não permitiu a continuidade deste hábito e sobrecarregou a mente com informações que devem ser absorvidas a cada instante, já que estas são produzidas e divulgadas em uma velocidade surpreendente, comparada com o início do século passado, onde a incidência do stress era bem menor.

A evolução trouxe mais rapidamente ao homem uma sobrecarga de informações, às vezes desnecessárias, que demanda do organismo uma série de mecanismos para compensar tamanha tensão que a vida moderna traz. Essas reações são desencadeadas pelo cérebro, que percebe e decodifica uma sensação de perigo iminente, preparando o corpo para correr ou defender-se. Elas, que foram criadas para facilitar o movimento e a força muscular para o organismo agir, não são aproveitadas, dada a vida sedentária que o homem moderno adotou no seu dia-a-dia. Ainda, as cobranças e exigências deixam o homem em constante tensão, levando a um quadro que se torna crônico, com o passar dos anos.

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Quando o indivíduo tem a prática diária de relaxar, seus vasos sangüíneos estão propensos a maior elasticidade e o sangue tende a circular com maior facilidade pelo corpo, chegando às extremidades com mais eficiência.

O indivíduo com a autoestima recuperada, com o autocontrole desenvolvido e, sobretudo, com o apoio adequado daqueles que o cercam, possui todas as chances de sair desse círculo vicioso que acaba com a vida de muitas pessoas jovens. A fórmula é simples: paciência, carinho e acreditar que qualquer ser humano consegue solução para seus próprios problemas.

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