A tecnologia é vilã da audição

Os jovens sempre gostaram de ouvir música alta, um costume que passa de geração para geração apenas mudando o estilo das músicas, porém uma coisa mudou e merece atenção. Atualmente, a maioria dos jovens possui um “gadget sonoro”, ou seja, um mp3, iphone e o próprio celular, e o usa para ouvir músicas com o volume muito alto. No entanto, toda essa evolução tecnológica, se usada de maneira incorreta, se transforma em importante vilão ao potencializar vários tipos de problemas auditivos.

É possível encontramos nos consultórios, pacientes com 20 anos que já apresentam audição compatível a um idoso de 80. Nesses casos, a audição foi exposta a ruídos de alta intensidade e sofreu lesões neurológicas, que atualmente são irreversíveis. Uma pesquisa americana sobre o uso de dispositivos musicais eletrônicos com fones de ouvido, como tocadores de MP3 ou de CDs, revelou que mais da metade dos estudantes do ensino médio que usam esses aparelhos apresentam algum sintoma de perda de audição.

A pesquisa, divulgada pela Associação Americana para Fala, Linguagem e Audição (Asha, na sigla em inglês), mostra que apenas 49% dos adolescentes disseram não ter experimentado nenhum sintoma de perda de audição. Os estudantes relataram, em uma proporção maior, ao menos três dos quatro indícios considerados mais comuns da perda de audição: aumentar o volume da TV ou do rádio, dizer “o que?” ou “ãh?” durante conversas normais e escutar zumbidos ou campainhas.

Nós ainda não sabemos qual a sensibilidade individual e quais os aspectos hereditários responsáveis pelas perdas auditivas, porém identificamos os ruídos como causadores e agravantes para os problemas. Temos pacientes que chegaram ao extremo de ficarem surdos. Os sintomas mais comuns e que podem ajudar na identificação da perda auditiva são: zumbidos, tonturas e dores no ouvido.

A melhor maneira de controlar os possíveis problemas é reduzir o volume e utilizar aparelhos de qualidade. Já que os piratas sofrem distorções e transmite uma intensidade sonora maior, o que prejudica, ainda mais, a audição. Um exemplo dos perigos é a média de decibéis em que os jovens normalmente escutam as músicas, em torno de 100 decibéis, o que representaria o som de uma turbina de jato a um metro de distancia. Por isso, não espere ter problemas auditivos para procurar uma solução. Reduza o volume dos aparelhos, enquanto há tempo.