A pele e o fumo

Já não é novidade que o cigarro está relacionado à doença cardiovascular, osteoporose, enfisema pulmonar, câncer do pulmão, do esôfago e bexiga, entre outras comorbidades. O fumo é a causa de morte de mais fácil prevenção entre os adultos no mundo, sendo o vício mais frequente entre os homens, 48% a mais do que entre mulheres. Mais de 30% de todas as mortes por câncer são relacionadas ao fumo. Com suas mais de 4.000 substâncias tóxicas, 300 cancerígenas, o cigarro afeta direta ou indiretamente todos os órgãos do corpo.

Na pele piora cicatrização de feridas e exacerba certas doenças da pele, como a psoríase, lúpus eritematoso sistêmico e o lúpus eritematoso crônico discóide. A relação direta com o carcinoma espinocelular da pele, um tipo de câncer muito grave, também já foi relatada.

De modo semelhante ao que ocorre no pulmão, a nicotina lesa fibras de colágeno e elástico da pele. O fumo restringe o fluxo sanguíneo da pele, o que prejudica função de muitas células, e resulta no envelhecimento cutâneo precoce. Assim, pessoas que fumam há mais de 10 anos têm quase cinco vezes mais tendência ao desenvolvimento de rugas profundas que os não fumantes, independentemente da exposição solar.

As rugas periorbitais (pés de galinha) e periorais (ao redor da boca) são caracteristicamente mais demarcadas e profundas. O movimento constante de sucção realizado pelos fumantes ainda contribui para formação de rugas periorais.

Outras alterações comuns são a presença de cravos grandes e abertos, proeminência dos contornos ósseos, pigmentação escurecida da gengiva, amarelamento dos dentes, descoloração do bigode nos homens, amarelamento das unhas, aspecto atrófico (definhada) e acinzentado da pele ou aspecto avermelhado, além de pele seca e atrofiada.

Some a tudo isso uma queda de cabelos acentuada pela nicotina e aqui vai mais um estímulo para largar o tabagismo: o cigarro não só rouba sua saúde, mas também sua juventude e beleza.