A Autoimmunity Reviews, uma das maiores revistas científicas do mundo, publica neste trimestre um artigo de 25 renomados especialistas de várias áreas médicas, dentre eles um colega brasileiro do Laboratórios DASA, sobre a importância da vitamina D para doenças não ósseas. Fato relevante, já que a indicação clássica do desse tipo de vitamina é para a prevenção de doenças ósseas, como osteoporose e osteopenia, dentre outras. Isso porque os receptores desse hormônio podem ser encontrados em quase todos tecidos do nosso organismo. A deficiência de vitamina D tem sido relacionada, por exemplo, à diminuição da força e da massa muscular, com prejuízo do equilíbrio e aumento da incidência de quedas.
A equipe de pesquisadores fez recomendações para serem usadas na prática clínica para pacientes com fraturas ou risco de fraturas, quedas, doenças cardiovasculares, doenças imunológicas e câncer. O grupo foi unânime sobre a necessidade de suplementação dessa vitamina em grupos específicos de pacientes, bem como a necessidade de atingir níveis normais de vitamina D.
De acordo com os especialistas, a concentração plasmática da vitamina deve ser de, no mínimo, 30 a 40 ng/mL. Por causa das variáveis decorrentes de fatores ambientais e de níveis iniciais de tratamento com a vitamina, os exames laboratoriais devem ser realizados ao menos depois de três meses de suplementação. Um ensaio medindo 25(OH)D2 e 25(OH)D3 também é recomendado.
As principais conclusões desse grupo foram quatro. A primeira, que os níveis de vitamina D em pacientes com doenças músculo-esqueléticas, doenças cardiovasculares, doenças autoimunes e câncer devem ser acima de 30 ng/mL. A segunda, que o limite superior de segurança na concentração de 25(OH)D deve ser de 100 mg/dL. A terceira é que nesse grupo de pacientes com maior risco, uma dose maior de vitamina pode ser iniciada, seguida de um tratamento de manutenção com 800 UI/dia de vitamina D (ou equivalente, com doses intermitentes), dose que poderá ser aumentada se o paciente permanecer com níveis insuficientes da substância durante os exames de monitoramento. Quarta, que pacientes com pele escura, indivíduos que não se expõem ao sol, idosos e pacientes institucionalizados devem receber suplementação de 800 UI/dia de vitamina D, sem a necessidade de realização de exame basal.
Vale lembrar que a maior fonte desse tipo de vitamina do organismo é sua síntese realizada na pele, catalisada pelas irradiações ultravioletas do sol, sendo que as fontes alimentares contribuem apenas com uma pequena parcela das necessidades diárias.