Paternidade. Uma palavrinha que pode fazer tanta diferença. Mas será que faz mesmo? Muitas vezes, no consultório, os pacientes se espantam quando eu digo: “Eu também sou pai… eu também faço isso”. Nessa nova ordem de deveres do casal, cabe a nós fazer a diferença: muitos pais cuidam dos filhos, de trocar fraldas até dar banho e fazer a lição de casa. É mais que uma missão, é um prazer ver os filhos crescerem, acompanhar e fazer parte desse crescimento.
Lembra da propaganda? Não basta ser pai, tem que participar. Mas é preciso saber como fazer isso. O homem não foi criado e educado para ser pai. Falta o tempo, falta a criação para isso, falta o conhecimento, falta a logística, falta a compreensão. No entanto, faz falta, também, um empurrãozinho, uma permissão, um estímulo, sem cobrança, uma educação específica, uma ajuda especial que traga à tona o sentimento que esse homem, que esse pai, com certeza, tem. Só que, às vezes, nem ele tem consciência disso.
Como manter todas as atividades fundamentais para tão importante e, às vezes, desprezado “cumprimento do dever” e ao mesmo tempo se entregar ao prazer da paternidade (olha a palavrinha aí, de novo) Isso é possível? Claro, é tão real e palpável que já está acontecendo.
Hoje em dia, já temos mais pais assumindo (ou, pelo menos, auxiliando) as atividades da casa, entre as quais, os cuidados com os filhos, a preocupação com os estudos e as atividades das crianças. Eu acredito que tudo isso possa ser baseado na positividade da relação. Se o casal é acolhedor, compreensivo, confiante e tem respeito um com o outro e os dois com seus filhos, tudo é possível.
Há estudos que mostram o quanto as crianças ganham em autoconfiança, amor próprio, fraternidade e respeito para com o próximo, quando vêm de lares onde a relação dos pais é segura e continente. Onde recebem carinho, respeito e atenção de ambos, sempre que necessário e possível. Um filho (ou filha) que é mais cuidado pelo pai tem mais chances de tê-lo como exemplo e tem um incentivo maior para estabelecer uma família unida e saudável.
Nós sempre falamos em mudar o mundo, acabar com a violência, criar mais amor e mais respeito. As mães participando mais do mundo, “antes exclusivamente masculino”, dos negócios e os homens se transformando em pais, mais presentes e mais importantes na família e no lar. Essa, muitas vezes, simples atitude, pode ser um bom começo para se iniciar essa transformação.
Mãos (e coração) à obra!