A ciência do sangue

Uma pequena amostra do nosso sangue é capaz de revelar uma riqueza de informações médicas impressionante. A ciência avança a passos largos e um simples exame de sangue logo será capaz de oferecer o diagnóstico e o monitoramento de doenças, como Alzheimer e, até mesmo, o câncer. Novas técnicas estão sendo desenvolvidas de forma experimental, mas em breve devem chegar aos nossos hospitais e laboratórios.

O ano de 2011 começou com boas notícias. Logo na primeira semana, cientistas da Flórida, nos Estados Unidos, anunciaram o desenvolvimento de um teste de sangue capaz de diagnosticar com precisão o Alzheimer. Também nos Estados Unidos, pesquisadores do Hospital Geral de Massachusetts anunciaram uma parceria com uma empresa norte-americana para fornecer ao mercado um exame capaz de detectar uma célula cancerígena entre bilhões de outras células saudáveis no corpo humano. Enquanto a descoberta não chega ao mercado, quatro grandes centros de tratamento do câncer devem iniciar ainda este ano estudos experimentais com o novo teste.

O exame desenvolvido em Massachusetts utiliza um microchip, parecido com uma lâmina de laboratório, coberto por 78 mil minúsculos cilindros. Quando o sangue passa pelo chip, as células de câncer ficam presas e reagentes fazem com que elas ganhem um brilho artificial. Os cientistas podem contar quantas células ficaram presas e capturá-las para pesquisas mais detalhadas.

A previsão dos cientistas é que inicialmente o novo teste seja usado pela medicina para prever qual tratamento será mais eficaz para cada paciente com neoplasias e, ainda, para monitorar a evolução do tratamento escolhido. Mas a grande expectativa é que o exame possa detectar essa temida doença.

Se os estudos realmente se mostrarem válidos para fins diagnósticos, vários procedimentos cirúrgicos e invasivos poderão ser evitados e os pacientes poderão ter uma confirmação (ou exclusão) diagnóstica sem serem submetidos a procedimentos que envolvam anestesia, cirurgias, recuperação pós-cirúrgica e todos os possíveis riscos decorrentes disso. Com certeza, é uma expectativa emocionante – e também bastante pretensiosa.

Garantindo mais agilidade no diagnóstico, tais soluções podem aumentar a eficácia dos tratamentos em geral. Quando mais cedo o paciente começar a ser tratado, mais chances ele terá de vencer a doença.

A notícia anunciada neste começo de ano é um grande passo da ciência e traz esperança para o futuro.  Esperança de que os novos exames de sangue desenvolvidos por cientistas permitam não apenas diagnosticar muitas doenças, mas também descobrir tratamentos que levem à cura.

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