Chega nesta quinta-feira (30) nos cinemas de Curitiba um dos filmes mais aguardados do Brasil. “Carro Rei” é um longa que mistura suspense e ficção-científica que acabou conquistando o público, a crítica e os festivais por onde passou. Mas afinal, por que tanto burburinho sobre o filme?
“Carro Rei” é um filme dirigido por Renata Pinheiro e estrelado por Tavinho Teixeira, da série Netflix Irmandade; Adélio Lima, ator que deu vida ao cantor Gonzaga na cinebiografia “Gonzaga: De Pai pra Filho”; e Matheus Nachtergaele, conhecido por atuar em “O Auto da Compadecida” e o sucesso da Netflix “Cabras da Peste”.
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O longa conta história de um carro modelo Uno que tem um dom em se comunicar com outros automóveis. Quando uma lei proíbe a circulação de carros velhos nas ruas de Caruaru, município de Pernambuco, o dono do veículo decide com um amigo de infância transformar o carro em um “novo”. Com isso, o Uno renasce e acaba ganhando vida própria.
Divertido, arrepiante e político. “Carro Rei” traz com humor ácido a relação da humanidade com as tecnologias, sua crescente dependência e seu processo de alienação. A cineasta, que também assina o roteiro junto com Sergio Oliveira e Leo Pyrata, parte pela fantasia sem soar pedante e refletir o espectador sobre os problemas ambientais e como a sociedade movida ao consumo pode ficar cega pela tragédia socioambiental.
A impressionante atuação de Matheus Nachtergaele conduz o filme trazendo ritmo e se transformando, junto com a trama, toda sua obsessão pelo veículo em uma versão automobilística de “Possessão”, clássico filme de terror dos anos 80 de Andrzej Zulawski, onde a personagem de Isabelle Adjani beira a loucura ao conhecer (e se apaixonar) por uma misteriosa criatura.
Outro destaque ao filme é sua direção de arte. Que, aliás, recebeu merecidamente o Kikito nesta categoria no Festival de Gramado no ano passado. A diretora de arte Karen Araújo conseguiu trazer com o uso de ferramentas tecnológicas, sucatas e os melhores cenários do nordeste brasileiro um clima obscuro e fantástico com um toque tropical.
Enfim, como a própria diretora classifica seu próprio longa em uma “fábula arretada que ecoa toda uma mística cinematográfica sobre a relação fetichista entre gente e carros”. Com isso, podemos definir, sem rodeio, que “Carro Rei” é uma ótima obra de ficção-científica que faz critica de forma divertida sobre a alienação do homem com a tecnologia.
Avaliação: ⭐⭐⭐⭐
Pra quem curte: Suspense, Ficção-Científica
Pra assistir com: Amigos
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