Na última quinta-feira, 06, estreou nos cinemas X-Men: Fênix Negra. O Filme marca a estreia do roteirista dos três últimos longas da saga, Simon Kinberg na direção, traz Sophie Turner, intérprete de Jean Grey, como protagonista, além de Jessica Chastain no papel da misteriosa maligna alienígena.
Turner ganhou notoriedade após interpretar Sansa Stark na série Game of Thrones que teve a temporada final exibida entre abril e maio deste ano na HBO. Na saga X-Men, ela dá vida a Jean Grey desde X-Men: Apocalipse, de 2016.
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Em X-Men: Fênix Negra sua personagem sai de coadjuvante para ser a protagonista da vez. A atriz conta como foi explorar o lado psicológico da sua personagem, trabalhar com Jessica Chastain, e como detesta ter que guardar segredos sobre todo o seu trabalho.
Você teve alguma pista de que a personagem passaria por toda essa mudança? Simon Kinberg (diretor do filme) lhe deu alguma indicação de que talvez houvesse uma Fênix Negra em seu futuro?
Não, não deu. Quando trabalhei em X-Men: Apocalipse, só pensei que seria um filme de grande elenco o tempo todo. Só depois que começamos a encerrar o filme, ouvi boatos de pessoas dos departamentos de cabelo e maquiagem de que o próximo filme seria sobre a Jean. Mas eu não soube de nada até cerca de seis meses antes de começarmos a filmagem, e o Simon me chamou para conversar sobre como iria ser. Desde aquela reunião até começarmos a filmar, só ficávamos trabalhando muito nisso, sem parar. Foi muito excitante.
É um papel incrivelmente dramático de se interpretar, e dos grandes. Você ficou nervosa com tanta responsabilidade adquirida já na segunda vez em que você interpreta Jean?
Sim. Fiquei bem nervosa. Em X-Men: Apocalipse, eu não tive que trabalhar tanto assim. Era um papel menor. Então, não estava preparada quando o Simon me contou. Mas li o roteiro, e era um prato cheio e delicioso para um ator. Achei incrível. Exigiu muito preparo e esforço, mas o Simon foi um parceiro perfeito na empreitada. Foi o melhor diretor que eu podia ter. E foi a primeira vez em que ele dirigia, então apoiamos muito um ao outro, isso foi muito legal.
Talvez seja o primeiro filme de super-heróis e talvez até o primeiro de qualquer filme em muito tempo em que a vilã e, certa forma, as duas protagonistas são mulheres. É assim que você vê também?
Sim, completamente. Todas as personagens mulheres deste filme são as personagens mais fortes. A protagonista é mulher, a vilã é mulher e, no meio disso tudo, a protagonista também é uma espécie de vilã. E tudo está ligado aos relacionamentos dela, o relacionamento de Jean com as mulheres ao longo deste filme, e isso é muito interessante. Nenhumas das mulheres deste filme são subservientes a um homem, e isso é incrível. É louco pensar que este é o primeiro filme dos X-Men liderado por mulheres. Isso é muito excitante para mim e ainda mais para a Jessica. E acontece na hora certa também.
Como foi reunir todas as pessoas nesta vez? Parece que o elenco se diverte muito quando está reunido.
Quando Alexandra Shipp, Tye Sheridan, Kodi Smit-McPhee e eu trabalhamos em X-Men: Apocalipse, acho que todos nós ficamos meio esgotados. Então, voltamos para fazer este filme e ficamos muito entusiasmados. É um elenco muito divertido. Somos todos amigos e passamos todas as noites juntos. É como uma família, inclusive os produtores, o diretor… todo mundo se dá muito bem.
Como foram os figurinos nesta vez? Você usa trajes amarelos da década de 1990. Vocês desfilavam e riam uns dos outros?
De certa forma, sim! Mas também foi legal, porque são as roupas famosas dos quadrinhos, então foi divertido ver todos juntos a caráter. Os quadrinhos costumam ser bem diferentes do que se vê nos filmes.
Outra parte importante é o trabalho com efeitos que vocês têm que fazer. Isso é divertido?
Sim, mas pode ser bem constrangedor. Há momentos em que eu me sinto uma idiota, porque houve muitos momentos em que eu segurava uma bola de tênis durante vários minutos. Mas também é bem difícil e divertido, porque temos que usar bastante a imaginação. Tem um pedaço que aparece no trailer em que eu viro um helicóptero, e aquilo não foi feito com tela verde. Tive que fazer aquilo, e o helicóptero realmente foi ao chão. E foi super legal! Foi quando eu realmente me senti como um super-herói. Mas, no resto do tempo, eu só me sentia uma idiota (riso).
Foi gratificante trabalhar com Jessica Chastain?
A Jessica é uma mentora para mim. Já era muito fã dela antes de nos conhecermos, então tive muito medo. Eu me escondia quando o Simon me convidava para conhecê-la. Ela é uma grande influência para mim. Ainda não acredito que divido cenas com Jessica Chastain! É uma coisa incrível para uma atriz dividir cenas com alguém assim. Empoderamento feminino. Foi incrível. A gente se divertiu muito… duas traquinas no set. A Jessica é muito divertida.
Você teve prazer em lidar com o lado sombrio da Jean, ou foi emocionalmente e fisicamente exaustivo pela intensidade?
Começou a ser bem cansativo, mas, quando comecei a abordar a personagem de outro jeito, percebi que o lado sombrio da Jean é uma válvula de escape para ela. Ela quase entra em estado meditativo. É uma sensação muito boa. E virou a mesa no sentido de que o lado sombrio foi a parte mais tranquila de todas para mim, porque tinha que emanar da Jean. A parte mais difícil era interpretar apenas a própria Jean e não a Fênix.
Também foi divertido para você dar início à versão malvada da sua personagem? Mesmo que pudesse destruir todo mundo.
Foi muito divertido. Mas acho que sou simplesmente atraída por personagens femininas fortes. É bom interpretar mulheres empoderadas. É só isso que eu procuro nos scripts atualmente: mulheres fortes, poderosas. Mas acho que todas as atrizes procuram por isso nos scripts hoje em dia.
E que efeito a metamorfose de Jean teve no resto da equipe?
É como uma família em crise. Pode-se comparar o que a Jean está vivendo com uma luta com uma doença mental ou vício. E sua família tem que lidar com isso. O relacionamento de Jean e Scott tem que sobreviver a isso.
Simon pediu que você pesquisasse sobre a Fênix Negra? Ele lhe deu revistas em quadrinhos para ler?
Não houve nenhuma pesquisa sobre a Fênix Negra, foi mais sobre o aspecto psicológico da Jean. Baseamos uma grande parte das suas emoções em doença mental e vício, especificamente esquizofrenia e transtorno dissociativo de identidade, então pesquisamos muito isso. Foram cerca de seis meses de pacotes que o Simon me enviou, e eu enviava documentários para ele… Fiquei fascinada por saúde mental. Mas foi bom. A verdadeira base deste filme é o desenvolvimento da personagem e o lado emocional. Nem tudo é fantástico como nos outros filmes de super-heróis.
Em seu outro trabalho, em Game of Thrones, você teve que lidar durante muitos anos com pessoas que queriam saber das coisas e você tinha que guardar segredos. Em X-Men: Fênix Negra, você tem mais segredos para guardar. Você tem vontade de trabalhar em um filme em que você não precise se preocupar com nada disso e possa dizer o que quiser?
Mal posso esperar! Falando sério, parece que passei a vida toda tendo que guardar segredos, e eu não sou boa em guardar segredos.
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