O que Hippolyte Léon Denizar Rival e Allan Kardec têm em comum? Grande parte nem deve saber de quem se trata o primeiro nome, porém o segundo, aposto que você já deve ter ouvido falar. Enfim, o que eles têm de semelhante é por se tratarem da mesma pessoa.
Rival foi um professor francês que escreveu diversas obras na área da pedagogia e um dos realizadores da doutrina espirita que resultou na obra literária intitulada ‘Livro dos Espíritos’. O seu trabalho incansável sobre a codificação do plano espiritual trouxe a descoberta de sua experiência passada, quando se chamava Allan Kardec. Desde então, passou a utilizar este nome.
Se você ainda anda confuso com esta história, saiba que nesta quinta-feira, 16, estreia nos cinemas de Curitiba Kardec, a cinebiografia que irá contar com maiores detalhes a história do educador francês e sua luta contra a censura da igreja católica e da sociedade europeia. Veja o trailer:
Em entrevista ao blog Não é Spoiler, o cineasta Wagner Assis, conhecido por dirigir Nosso Lar – obra baseada no livro homônimo de Chico Xavier – explica que seu interesse por contar a história do professor veio depois de conversar com escritor Marcel Souto Maior, autor de Kardec: A Biografia, livro que inclusive serviu de inspiração para a construção dramática do longa. Além disso, Assis conta que a produtora com quem trabalhou no longa também tinha interesse na história. “Foi interessante saber que a própria Conspiração Filmes queria produzir um filme sobre o professor Rival”, finalizou.
O filme foi filmado em cinco semanas, sendo uma em Paris. Curiosamente, as produções começaram 16 de maio de 2018 e exatamente um ano, ele chega às telonas do Brasil.
Mesmo a obra perpassando no final do século XIX, o longa ainda discute assuntos que ainda são problemas sociais atuais. A precarização do ensino, a censura, intolerância religiosa e abuso de poder.
Sandra Corveloni interpreta a esposa de Rival, Amélie-Gabrielle Boudet, a atriz contou ao blog que se surpreendeu ao saber que enfrentamos problemas dos séculos passados. “É triste! Ainda ligamos a televisão e assistimos às noticias nos jornais sobre a falta de educação e preconceito religioso”, explica a artista.
Cenas delicadas, interpretações impecáveis e esteticamente bonita, Kardec é visualmente exemplar, mas peca em velocidade dramática, criação de conflitos e construção narrativa. Porém é uma boa obra cinebiográfica sobre uma personalidade.
O filme estreia nesta quinta-feira, 16, nos cinemas de Curitiba.
Avaliação: ⭐⭐⭐
Pra quem gosta: drama, biografia
Pra assistir: sozinho, com crush, com família
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