Não é de hoje que temos notícias sobre escândalos envolvendo um artista. Alguns acreditam que não passa de estratégia de marketing com intuito de trazer mídia ao astro muitas vezes já sem visibilidade. Já para outros, o resultado agressivo vem por pressão psicológica e abusiva criada pela indústria cultural. Quem não se lembra da época em que a cantora Britney Spears ficou careca e agrediu um paparazzi com guarda-chuva? E o fofo ator de Esqueceram de Mim, Macaulay Culkin, que teve sérios problemas com drogas?
Engana-se que a conturbada vida desses e outros artistas, principalmente hollywoodianos, foram originados entre os anos 90 e 2000. Ainda na Era de Ouro do Cinema americano, entre os anos 20 e 60, já se tinha notícia de vários atores e atrizes que tinham problemas pessoais sérios. Foram o caso de Joan Crawford, que tinha uma relação agressiva com os próprios filhos, e Judy Garland, conhecida por interpretar Dorothy em O Mágico de Oz, vítima do alcoolismo.
E, na última quinta-feira (30), estreou em Curitiba a cinebiografia da dona dos sapatinhos mágicos de rubi, Judy- Muito Além do Arco-Íris. O longa mostra os momentos finais da vida de Garland que enfrentava o vício do álcool, a solidão e o esquecimento profissional.
Um musical emocionante. O longa é um profundo e dramático reflexivo sobre a podridão da indústria cinematográfica. Revelando os efeitos colaterais causados pela exaustiva vida de um artista, principalmente àqueles que começaram a carreira logo na infância.
O diretor Rupert Goold consegue sutilmente transformar uma história baseada em fatos reais em um drama sem cair em melodrama exagerado.
Já Renée Zellweger entrega uma Judy incrivelmente tocante e emocionante. Assim como foi Marion Cotillard interpretando Edith Piaf, em Piaf – Um Hino ao Amor (2007),a atriz de Bridget Jones, traz o mesmo efeito desta com Judy. Não é a toa que está concorrendo na categoria de melhor atriz no Oscar deste ano, e a minha torcida vai para ela.
Além disso, o longa também traz uma Judy batalhadora, sonhadora e protetora. Porém, a trama é apática, sem grandes reviravoltas e empaca algumas horas. Realmente a interpretação de Renée é o que salva o filme do começo ao filme. Diferente da fotografia e figurino que são excelentes, deslumbrante. As danças e as cenas musicais merecem também notoriedade.
No geral, Judy – Muito Além do Arco-Íris é uma boa homenagem a atriz e questiona os efeitos causados pela indústria cinematográfica de forma astuciosa, sem espetacularização que ainda é um “mal social” até os dias atuais.
Avaliação: ⭐⭐⭐ 1/2
Pra quem gosta: biografia e drama
Pra assistir: amigos, crush e sozinho
Filmes/Séries semelhantes: Hebe: A Estrela do Brasil, Frida, Piaf – Um Hino ao Amor.