Há quase 30 anos, quando foi anunciado que a obra de Stephen King, O Iluminado, ganharia uma versão cinematográfica nas mãos do cineasta Stanley Kubrick, houve muitos burburinhos. Amado por muitos, e odiado pelo próprio autor da obra. A adaptação às telonas não foi vista com bons olhos por King que classificou o longa “frio e de insulto às mulheres”.
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A história se repete. Em 2013, Stephen King lança a continuação da história, intitulado em Doutor Sono, que também ganhou uma versão cinematográfica e chega aos cinemas de Curitiba hoje. Desta vez, Mike Flanagan, conhecido por dirigir a série original da Netflix, A Maldição da Residência Hill, assina a direção do longa.
Não é a primeira vez que o cineasta trabalha em uma obra de King, ele é o diretor do longa, também da Netflix, Jogo Perigoso. Entretanto, a nova missão de Flanagan é muito maior do que de Kubrick, ou seja, terá que agradar o autor da obra, além dos fãs do primeiro filme e respeitar o perfeccionismo do clássico cineasta.
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Doutor Sono retrata a vida de Danny Torrance após 30 anos da sua experiência conturbada no Hotel Overlook. Na fase adulta, o filho de Jack trabalha em um hospício onde consegue criar um vínculo telepático com pacientes da instituição e também com uma garota desconhecida. O dom acaba despertando antigos fantasmas do passado trazendo grandes problemas.
O que era a se esperar, a sequência tenta costurar a primeira história trazendo a brilhante estética do filme de Stanley, porém, após sua introdução de homenagem ao clássico, as próximas cenas se arrastam, causando estranhamento ao espectador nas duas primeiras partes parecendo que Doutor Sono é uma nova história de terror de Stephen King e não uma continuação ao O Iluminado.
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Mas Mike segue arrisca piamente ao enredo do romance literário. Consegue sim trazer o ambiente sombrio e frio presentes no clássico de Kubrick, mas também deixa sua própria marca, como cenas densas, personagens místicos e abuso de efeitos especiais bem característicos em A Maldição da Residência Hill, nos filmes Hush: A Morte Ouve e Ouija: A Origem do Mal. Porém. O único problema foi deixar o suspense construtivo do primeiro longa, dando lugar a uma história mais de aventura, digamos que um “soft thriller”.
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O que salva o filme são os momentos finais, os momentos marcantes de O Iluminado e o foco da continuação ficaram para quem esperou quase duas horas da história. Neste momento, Flanagan realmente faz grande homenagem ao Kubrick e fecha a história de forma crível, sem grandes destaques, mas também sem grandes defeitos.
Enfim, Mike Flanagan faz o trabalho de aluno eficiente, pode agradar o público geral, ainda mais àqueles que não conhecem o primeiro filme. Porém Doutor Sono tanto na versão cinematográfica, como na literária não é exemplar. De fato, na adaptação às telonas, é mais um longa baseado na obra de Stephen King.
Avaliação: ⭐⭐⭐
Pra quem gosta: terror
Pra assistir: amigos, crush e sozinho
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