Uma coisa é certa, Steve McQueen (12 Anos de Escravidão) consegue, através de seu olhar cinematográfico, criar histórias reflexivas a ponte de denunciar problemas da sociedade contemporânea. Quem viu “Fome” (2008), o polêmico “Shame” (2011) e o premiado “12 anos de Escravidão” conhecem o olhar pessimista, cético e sua desconstrução de arquétipos do diretor.
Após cinco anos longe das telonas, McQueen volta com “As Viúvas”. O longa tem a presença de Viola Davis (How to get Away with Murder), Daniel Kaluuya (Corra!), Elizabeth Debicki (Guardiões da Galáxia vol. 2), Colin Farrell (Animais Fantásticos) e Michael Harney (Nasce uma Estrela), ou seja, um elenco de peso. Steve ainda teve ajuda da escritora da minissérie “Sharp Objcts” (2018) e “Garota Exemplar” (2016), Gillian Flynn, no roteiro e a contou com a produção dos mesmos produtores de “Maria Madalena” (2018) e “Lion: Uma Jornada para Casa” (2016).
LEIA MAIS: Netflix vai remover mais de 90 filmes e séries em dezembro
“As Viúvas” mostra a história de três mulheres que, a princípio, não possuem nada em comum. Após a morte dos maridos, elas descobrem que acabaram herdando uma dívida fruto de roubo. Ameaçadas, as jovens viúvas se unem para solucionar o problema. Veja o trailer:
Steve McQueen retorna ao cinema com o que sabe fazer de melhor, trazer uma história cheia de reviravoltas e com quebras de paradigmas. Desta vez, o londrino denuncia o poder político, a corrupção eleitoral, a falta de segurança urbana e o jogo de poder familiar. Porém a temática explorada da vez não teve o mesmo peso que sua obra anterior “12 Anos de Escravidão”, há pontos dispersos, arrastados. Mas não deixa de ser uma excelente obra.
A excelente Viola Davis leva o protagonismo em um drama crescente, sua atuação equilibra o estado emocional e racional de forma brilhante. Elizabeth Debicki, Adepero Oduye e Michelle Rodriguez formam a tríade de apoio sensacional à Davis. Outro destaque vai para Daniel Kaluuya, seu antagonismo é surpreendente.
“As Viúvas” é um suspense dramático vibrante, poderoso e empoderado. Além de uma verdadeira aula sobre sororidade – termo do movimento feminista que trata uma rede de solidariedade entre as mulheres com um objetivo comum.
O filme estreia nesta quinta-feira (28) nos cinemas de Curitiba.
Avaliação: ⭐⭐⭐1/2
Pra quem gosta: suspense
Pra assistir: com amigos
Filmes/Séries semelhantes: Estrelas Além do Tempo, Oito Mulheres e um Segredo e Somente Elas.
Netflix divulga as estreias de filmes e séries para o mês de dezembro