O egoísmo é a principal discussão trazida em novo filme do aclamado Clint Eastwood. Conhecido por suas atuações em produções faroestes e na direção de longas de heróis sem superpoderes, o diretor de “Sobre Meninos e Lobos” volta ao cinema com “A Mula”, com objetivo de transformar a figura masculina na sociedade.
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Clint Eastwood dá vida a um horticultor e veterano da Segunda Guerra Mundial que, após uma crise financeira, acaba trabalhando para um poderoso traficante mexicano transportando cocaína. Veja o trailer:
Também na direção, Eastwood mostra o que sabe fazer de melhor, trazer temas polêmicas que ainda assolam os dias atuais. “A Mula” é um filme “pra macho”, sim. Mas impressiona pelas reviravoltas, pelo questionamento e representação de uma figura que é percebida por muitas famílias.
Quem não teve um pai, avô ou um tio que vivia trabalhando, esquecia-se dos compromissos familiares e só percebeu a importância dela no fim da vida?
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Ao contrário de seus aclamados sucessos como “Menina de Ouro” e “Sully: O Herói do Rio Hudson”, a nova produção tem como protagonista um anti-herói que acaba conquistando o gosto do público. Clint Eastwood é brilhantemente deprimente, no bom sentido; Dianne Wiest (A era do Rádio) traz uma atuação delicada impressionante; Bradley Cooper (Nasce uma Estrela), Ignacio Serricchio (Perdidos no Espaço) e Taissa Farmiga (A Freira) completam o time de elenco de interpretações fortes.
Em um roteiro bem construído, Nick Schenk, que também escreveu “Gran Torino”, traz uma história sem muita ação, mas com bom drama transita levemente pelo suspense. A genialidade de trazer um personagem veterano de guerra e atualmente horticultor trabalha a dualidade. Clint transita na razão e emoção, do frágil à impulsividade, do ódio ao amor.
“A Mula” é sobre defeitos e resultado das próprias escolhas.
Filme estreia nesta quinta-feira, 14, nos cinemas de Curitiba.
Avaliação: ⭐⭐⭐1/2
Pra quem gosta: drama/policial
Pra assistir: sozinho
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