“A Cor Púrpura” chega aos cinemas com a missão de superar o clássico dos anos 80

Cena do filme "A Cor Púrpura". Foto: Divulgação

Para todos que amam o cinema, um dos filmes que não se deve deixar de assistir é “A Cor Púrpura”, lançado em 1985, o longa foi dirigido pelo saudoso Steven Spielberg e estrelado por Whoopi Goldberg. A história te conquista desde o seu começo e a cada minuto de suas duas horas e meia de duração. É aquele típico filme que você vai chorar em vários momentos. Baseado no romance homônimo de Alice Walker, o livro é a outra versão da história que todos precisam ler em algum momento da vida.

E o sucesso não para por aí. A trama já virou musical da Broadway em meados dos anos 2000 e esta versão agora ganhou uma adaptação para o cinema e agora todos podem conferir o “A Cor Púrpura” [musical] que chega nesta quinta-feira (08) aos cinemas de Curitiba.

Com direção de Blitz Bazawule, conhecida por dirigir “Black is King: Um Filme de Beyoncé”, o novo longa é uma superprodução com a presença da apresentadora Oprah Winfrey e do cineasta Steven Spielberg na produção. O roteiro é adaptado por Dustin Lance Black e Julian Breece, mesmos roteiristas de “Rustin”, filme que estreou na Netflix em novembro do ano passado.

Cena do filme “A Cor Púrpura”. Foto: Divulgação

O elenco também merece destaque, podemos ver atuações de Halle Bailer (A Pequena Sereia), Tajai P. Henson (Empire – Fama e Poder), Danielle Brooks (Orange is the New Black), Colman Domingo (Rustin) e da cantora H.E.R., por exemplo.

Resumindo, a nova versão tem tudo para ser um ótimo filme – como se pode observar pelos trailers divulgados nas redes sociais, na televisão e nos cinemas – mas não é.

Antes de tudo, precisamos entender do que se trata a trama. A história é sobre uma mulher negra que luta para descobrir sua própria identidade após sofrer abusos de seu pai, marido e de outras pessoas ao longo de quatro décadas. Sim, a história é pesadíssima e, de fato, é o que surpreende quando vemos o filme de 1985. Spielberg conseguiu trazer os temas polêmicos de forma brilhante com o impecável roteiro adaptado por Menno Meyjes e com apoio da Alice Walker. E o problema da nova versão tá aí. Isso não acontece com o musical. O filme musical não traz diversos fatos que fazem a trama se sustentar. Eles acabam “justificando” alguns acontecimentos importantes em números musicais que se perdem e não trazem desfechos plausíveis. A sensação que se tem é “já está ficando muito longo o filme, precisamos acelerar a história”.

Danielle Brooks no filme “A Cor Púrpura”. Foto: Divulgação

Mas ressalto, a indicação de Danielle Brooks na categoria melhor atriz coadjuvante no Oscar 2024 foi mais que merecida. A atriz traz uma ótima evolução de sua personagem, mesmo com todos os problemas de enredo. Infelizmente é difícil de analisar uma produção adaptada de alguma outra versão que não seja pela comparação. O filme musical “A Cor Púrpura” é uma dessas obras que a gente acaba exemplificando através de outra, como mães e pais fazem com os filhos. É triste ter que escrever que a nova versão parece um telefilme mal produzido.

Avaliação: ⭐⭐1/2

Pra assistir: amigos ou crush

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