Há alguns anos um coach amigo meu foi convocado para dar um treinamento no interior de São Paulo. A empresa atuava no ramo de caminhões pesados, bem posicionada no mercado, marca consolidada, etc. O coach viu que tudo ali funcionava muito bem e que sua função era só afinar um pouco as estratégias.
No intervalo da primeira parte dos trabalhos ele foi ao refeitório, já que pretendia fazer um lanche. O lugar era amplo, bem aparelhado, com variedade de quitutes, café, sucos e refrigerantes.
Mas uma coisa não casava bem com tudo aquilo: em todas as mesas (que não eram poucas), havia copos descartáveis já usados, farelos de restos de comida, guardanapos, etc, que os comensais não dignavam a jogar no lixo.
O coach perguntou a um dos funcionários se o pessoal da limpeza tinha faltado. E a resposta foi que as faltas ao trabalho eram muito raras ali. De fato, um dos pontos positivos daquela grande organização era o baixo absenteísmo. O problema, disse o funcionário, era que o pessoal não vencia limpar e todo mundo acostumou com a sujeira.
Ele pediu seu lanche no balcão e enquanto estava ali percebeu que um funcionário sentado quase na outra extremidade do refeitório ao terminar o seu lanche começou a recolher as embalagens e os restos de comida. Chegou a puxar com a mão os farelos para limpar melhor a mesa e devolveu a bandeja no balcão.
O coach esperou ele sair e perguntou seu o nome e o setor. Depois chamou os dirigentes da empresa e disse que não era normal para uma empresa modelo como aquela aceitar conviver com a sujeira no refeitório. Foi até o departamento de marketing e mandou fazer um grande cartaz para colocar em todos os quadros de avisos da empresa, com os seguintes dizeres:
“Procura-se Fulano de Tal, do setor X! Ele foi visto limpando a mesa do refeitório após fazer o lanche. Parabéns, Fulano de Tal! É de exemplos assim que esta empresa precisa.”
Daquele dia em diante, o refeitório da empresa passou a se conservar sempre limpo, graças à colaboração de todos que o usavam e assim deixou de ser uma mancha naquela grande organização. O exemplo arrasta para o bem ou para mal. Quando a gente se espelha nas boas atitudes já começamos a construir um mundo melhor.