Pietra, minha sombra

Legenda: Este é o Thor. ELe tem dois anos, porte pequeno a médio, super carinhoso e alegre, não se dá bem com ouros machos. Para adotar entre em contato com Elizabeth: 41-999372531 ou Marcia 41-991690192.

Há exatamente um ano a Pietra entrou na minha vida. Eu tinha ido passar uns dias de férias na praia, passeava pela areia com a minha irmã (ela sempre comigo) quando vi um bando de cães correndo. Na frente ia uma cadela preta, grande e muito magra e atrás uns 5 ou 6 machos. Fiquei indignada quando um vendedor ambulante, do nada, chutou um dos cães. Que estúpido.

Os cães continuaram correndo, fomos até o final da praia e voltamos. Cinco minutos depois, na barraca ao lado ainda vazia, adivinhem quem veio parar. Cachorros são muito mais espertos do que se imagina. Estava um calor intenso, eles estavam ofegantes. A fêmea deitou, exausta. No cio, perseguida por vários machos, morta de sede. Arrumei um copo de plástico e levei água para ela.
Alguns banhistas olhavam com nojo, fotografavam, outros reclamavam. Um homem ameaçou jogar areia, me viu e saiu de perto. Gente cruel. Um dos machos se encostou em mim e pediu carinho. A areia estava queimando meus pés, imaginei as patinhas deles como deviam estar machucadas. Me abaixei com a água, a cadela olhou nos meus olhos e abanou o rabo. Morri de dó.
No final da tarde, levei ração para eles. Alguns comeram, ela nem se levantou. Era domingo, não tinha petshop ou clínica veterinária para onde pudesse levar a cachorra, meu apartamento é muito pequeno. No dia seguinte cedo fui lá ver: continuavam na praia em frente ao meu prédio.
Liguei para a veterinária (em parceria com o pessoal do petshop ao lado, pertencem à ONG ANoé – eles não resgatam, não têm abrigo, mas só ano passado castraram mais de 1.000 animais da região). Marquei a castração imediata da cachorra, mas antes a levamos para um banho no petshop.
Uma das proprietárias perguntou o nome dela. Não tem nome, respondi. E a moça: Vou ser bem original então, vai Preta. Preta não, eu disse, coloca Pietra então. E Pietra ela ficou até hoje, comigo. Minha sombra dedicada, minha companheira amada e fiel. Passou 15 dias hospedada conosco no apartamento minúsculo sem dar um latido, sem destruir nada e sem fazer as necessidades dentro de casa. Comportada, carinhosa, inteligente e muito grata.
Voltamos para Curitiba e ao contrário de muito turista sem noção que volta para casa e “esquece” o próprio cão na praia, nós trouxemos a Pietra conosco. E daqui de casa, ela só sai para morar no céu de São Francisco, daqui há muitos anos, se Deus quiser!

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