Sexta-feira 25 de janeiro. O que tinha tudo para ser mais um dia comum, véspera de final de semana, se transformou na data de uma das maiores tragédias ambientais do Brasil, com o rompimento por volta das 13h30 da barragem I da Mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale, em Brumadinho, Minas Gerais.

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Com o mar de lama formado por 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos, que arrasou tudo por onde passou, centenas de vidas humanas foram perdidas, sem citar os desaparecidos, feridos e desabrigados. Além das pessoas, muitos animais acabaram morrendo ou ficaram atolados e feridos no lamaçal. Situação triste, que destruiu famílias, casas, sonhos e também afetou a natureza da região.

Boi preso na lama de rejeitos. Foto: Wilson Junior/ Agência Estado

Animais

Até a tarde de quinta-feira (31), 57 animais tinham sido resgatados em Brumadinho. No total, segundo o jornal Estado de Minas, a Brigada Animal acolheu 27 cães, 14 pássaros, oito galinhas, dois galos, dois bovinos, dois patos, um gato e um cágado, que foram resgatados da região do desastre. Bichos que depois de tratados, devem ser devolvidos aos seus donos ou encaminhados para a adoção.

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Mas em meio a tanta dor, alguns animais que estavam presos na lama acabaram abatidos a tiros por agentes, durante voos de helicópteros sobre área. Uma decisão que de acordo com o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CRMV) foi motivada pela impossibilidade de resgate destes bichos ou da aplicação de outra técnica de eutanásia. Decisão difícil que dividiu a opinião pública e causou revolta entre os protetores dos animais, pelo meio de abate escolhido.

Galinha resgatada após o rompimento da barragem da Vale. Foto: Reprodução/Twitter/Corpo de Bombeiros MG
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Além deles, outros tantos bichos permanecem na lama, aguardando por socorro. Quem luta por eles, são pessoas das equipes de socorro e voluntários que defendem a vida animal. Entre os protetores que atuam no local afetado pelo rompimento da barragem, estão grupos de todo o Brasil.

Heróis

Falando de animais, não podemos esquecer dos “cães-heróis”, que ao lado dos corajosos bombeiros, trabalham na região desde o acidente, na busca por vítimas, feridos e, na localização e resgate dos corpos. Muitos deles integram o time do Corpo de Bombeiros. Outros trabalham junto aos voluntários, que possuem treinamento e experiência em tragédias, como o rompimento da barragem de Mariana (MG), ocorrida há três anos.

O cão-herói Thor, durante os trabalhos de resgate. Foto: Reprodução/Instagram

Este é o caso de “Thor”, o cão farejador do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, da raça border collie. Com cinco anos, segundo o jornal Extra, o animal atua ao lado do sargento Leonardo.No Instagram, o sargento deu um depoimento sobre seu companheiro canino, na última quarta-feira (30).

“Eu sou o sargento Leonardo, esse aqui é o Thor. O Thor tem cinco anos e tá trabalhando muito, já encontrou um monte de vítimas por aí debaixo dessa lama. Agora ele vai descansar, tomar um suplemento vitamínico que os médicos veterinários vão passar pra ele e amanhã volta a trabalhar. Eu já perdi a conta de quantas pessoas ele achou já. Infelizmente, poucas vivas. Esse cão aqui já foi para várias missões comigo. Já esteve em Mariana, Herculano, Sardoá. O Thor trabalha muito comigo. Só hoje, já fomos lá no pontilhão e perto do ônibus. Lugares de acessos muito difíceis”, postou o bravo bombeiro.

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Outro socorrista é o cão “Resgate”, um vira-lata, que de acordo com portal G1, foi adotado pelo grupo de voluntários “Resgate Sem Fronteiras”, em São Paulo, há dois anos, e que hoje, auxilia nas buscas em Brumadinho. Na quarta-feira, o corajoso “Resgate” ajudou os bombeiros a achar local onde poderia haver corpos.

Sensíveis, treinados e leais, estes cachorros não medem esforços para ajudar seus parceiros humanos na difícil tarefa de trazer de volta os corpos das vítimas, para amenizar a dor das famílias atingidas.

Justiça

Nesta tragédia, choramos pelos que se foram e aplaudimos os bravos socorristas, sejam eles bombeiros, veterinários, voluntários e especialmente, os admiráveis animais de resgate.

E rezamos também para que esta tragédia não seja apenas mais uma, um “acidente” marcado pela indiferença e impunidade, infelizmente, ainda tão comuns no Brasil.

Boi é retirado da lama. Foto: Reprodução/Twitter/Corpo de Bombeiros MG

Quer contar uma história com seu pet, sugerir um tema ou publicar a foto de um animal disponível para adoção? Escreva para gente: animal@tribunadoparana.com.br

Adoção responsável

Pretinha tem cerca de três meses e está disponível para adoção, junto com seus “irmãozinhos”. Para levar esta linda menina para casa, fale com a Paty Castro (41) 99571-6983. Foto: Divulgação

 

 

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