Curitiba recebe a partir da próxima segunda-feira (23) cerca de 360 pesquisadores em insetos sociais, especialistas principalmente em formigas. Vindos de 14 países, aqui eles participarão do XXIII Simpósio de Mirmecologia, evento internacional que reúne pessoas que estudam estes insetos tão importantes para avaliar a conservação ambiental e o equilíbrio da cadeia alimentar.
Segundo Universidade Federal do Paraná (UFPR), a realização do evento na cidade é um marco para a instituição, que foi a primeira universidade brasileira a criar um Departamento de Zoologia e que abriga o mais antigo programa de pós-graduação em entomologia do país. A UFPR também conta com um renomado grupo de pesquisa sobre formigas.
Paraná em destaque
Rodrigo Feitosa, professor do Departamento de Zoologia da UFPR e integrante da comissão organizadora do evento, diz que o Estado ocupa atualmente um lugar de destaque na mirmecologia internacional, com os pesquisadores da UFPR e os grupos de pesquisa sobre formigas da Embrapa, em Colombo e Londrina. “O estado é um importante centro de formação de novos mirmecólogos, especialmente nas áreas de taxonomia, sistemática, biologia evolutiva e manejo de formigas de importância econômica”, afirma.
Ainda de acordo com Feitosa, o simpósio é uma oportunidade para intercâmbio de conhecimentos entre pesquisadores de diferentes regiões do Brasil e do exterior. Com o evento, os organizadores esperam estimular o estabelecimento de parcerias técnico-científicas e de arranjos multi-institucionais de pesquisa, consolidando o Brasil como polo de pesquisa e desenvolvimento nas diversas áreas de conhecimento em Mirmecologia.
Importância das formigas
As formigas – que podem medir menos de um milímetro e chegar no máximo a seis centímetros – são insetos muito sensíveis a perturbações ambientais. Assim, são importantes bioindicadores, que podem ser usados, por exemplo, para inferências a respeito do status de conservação de um ambiente.
Além disso, são fundamentais para o equilíbrio das redes tróficas, uma vez que participam de uma série de interações com outros organismos na natureza. Elas cumprem ainda papel importante na ciclagem de nutrientes no solo – ao revolver a terra para construir seus ninhos – e na dispersão de sementes de plantas.
Cientistas estimam que apenas dois terços das espécies de formigas existentes no planeta Terra estejam descritas até agora. São 14 mil espécies, e haveria em torno de 7 mil ainda por classificar e descrever. Das espécies catalogadas, cerca de 20% ocorrem no Brasil – uma incidência explicada pela riqueza da biodiversidade do País, cujas dimensões continentais permitem abarcar diferentes faixas de temperatura e umidade.
Evento
O simpósio começa na segunda-feira, dia 23, com uma cerimônia no Museu Oscar Niemeyer, às 18h10, e prossegue até sexta (27), no Setor de Ciências Sociais Aplicadas da UFPR, no Jardim Botânico. Entre os temas de destaque estão a aplicação de formigas em diversas áreas da biologia, como a biodiversidade, conservação dos biomas terrestres, ecologia de populações e comunidades, bioinvasão, controle de pragas, comportamento animal, interações plantas/animais, taxonomia e a biogeografia.
A programação completa do XXIII Simpósio de Mirmecologia está disponível em: http://mirmeco2017.wixsite.com/mirmeco2017/programacao
*Com informações da Superintendência de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná.
