Quando a maternidade bagunça seus planos (e isso não é um problema)

Foto: Arquivo Pessoal

Como é fácil nos deixarmos levar e começarmos a pensar que nossos filhos são um inconveniente. Pense no seguinte cenário: uma segunda-feira de sol em Curitiba (o que, por si só, já é motivo para comemoração). Você se programou para começar a semana com tudo! A dieta está colada na porta da geladeira, as crianças na escola, o cabelo lavado e escovado na noite anterior, unhas feitas, e a academia te esperando às 18h, quando os pequenos forem para os avós.

Essa vai ser A semana! É minha vez de brilhar, sociedade.

Esse é meu momento. Ou melhor, era para ter sido.

No meio da manhã, a pedagoga da escola manda mensagem avisando que o Bê não está bem. Logo em seguida, descubro que a Laura também não está.

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Minha primeira reação? Pensar que meus planos para a semana foram por água abaixo. A reunião importante, a academia e o dia super produtivo vão ter que dar lugar a um dia de mãe.

E quando temos filhos, se não estivermos atentas, a vida – e a influência de outras pessoas – nos faz normalizar esse sentimento de que eles são um fardo. “Quem pariu Matheus que o embale”, não é mesmo?

Não, gente. Não é mesmo.

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Quando estava grávida do Bê, as coisas no trabalho começaram a ficar estranhas. Comentários aqui e ali me fizeram pensar que minha gestação estava acabando com minha carreira. Passei a achar que fazia sentido contratar mais homens, já que eles não passam por isso.

Além do absurdo de considerar que o pai tem menos responsabilidade que a mãe, ainda me deixei acreditar que viver minha gravidez era um problema. Talvez para aquela empresa tenha sido, mas resolveram da forma mais simples possível: me demitindo assim que voltei da licença-maternidade.

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Depois disso, decidi que nunca mais aceitaria uma situação em que meus filhos fossem vistos como um incômodo. Na minha próxima entrevista, me apresentei assim: “Sou Beatriz, mãe do Bernardo e da Laura, e Product Manager”. Esse é o meu pacote. Sem tirar nem pôr.

Então, na segunda-feira, quando soube que as crianças não estavam bem, fui buscá-las já sonhando com a tarde grudada neles. Tudo é uma questão de perspectiva. E eu escolhi o amor pelos meus filhos. Escolhi e vou continuar escolhendo sempre.

E a academia? A reunião? A semana incrível que eu tinha planejado? Tudo pode esperar. Porque ser mãe do Bê e da Laura sempre será minha maior conquista.

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