Como diria a minha amiga Simone “e então é Natal”, chegamos na época do ano em que a gente se pega refletindo sobre a vida, o que fizemos e o que queremos fazer… eu que sou dessas filósofas de chuveiro, me peguei pensando nisso outro dia.

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Se perguntassem pro meu eu de 20 e poucos anos o que ela esperava dos próximos dez anos, tenho certeza que viajar o mundo, ser muito rica, ter uma Dodge Ram e mergulhar na Ásia estariam na lista de prioridades. Concordo que ter filhos e uma família estariam na lista, mas o curso de mergulho em naufrágio com certeza parecia muito mais atrativo do que as fraldas.

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Pensando bem, acho que ainda parece mais atrativo de qualquer forma, mas hoje, meu eu de trinta e poucos anos, já fez algumas coisas dessa lista e fez também coisas que nem sonhava fazer. Só nos últimos quatro anos eu conheci meu marido, casei com ele, viajamos, engravidei cinco vezes, tive dois bebês, perdi 60 quilos, achei uma carreira que me realiza e troquei centenas de fraldas.

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Sim, os últimos anos foram intensos.

Eu ainda quero fazer o cruzeiro que eu sonhava, mergulhar na Tailândia e soltar um balão no ano novo… mas c@c&t@, a única coisa que se compara a ter um filho, é ter o segundo.

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A gestação é a coisa mais louca e perfeita que existe, gerar uma vida é coisa de gente corajosa, destemida, e criar essa vida é coisa de gente muito fod@!! Meus amigos, tem que ser muito forte e resiliente pra ser mãe ou pai, quando digo pai, me refiro ao ser humano que assume a responsabilidade e age como tal, não quem engravida alguém, tá?

Eu lembro da sensação que senti quando realizei o sonho de fazer o meu primeiro mergulho de cilindro, senhoras e senhores, foi bom demais, o barulho do tanque de oxigênio e das bolhas de ar soam como música aos meus ouvidos mas, cara, nada no mundo se compara a dar uma cafungada no cangotinho do filho da gente, mesmo quando tá suado e com cheiro de leite. Se você não tiver um filho, talvez o azedinho do leite e o suor não te conquistem, mas cheirem um cangotinho de bebê mesmo assim.

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Eu lembro da sensação que tive quando comprei meu primeiro carro, arrumei um trabalho depois de muito aperto e quando passei a primeira noite na kitnet quando fui morar sozinha… foi lindo, mas não se compara com a risada que a gente arranca do filho da gente.

Lembro quando chegou o crachá com a minha foto e embaixo estava escrito Tecnologia, eu morria de orgulho mas um dia tinha um bebe chorando e a única coisa que acalmava ele era meu colo, meu cheirinho de mamãe. Nesse dia eu zerei a vida.

Eu não saberia convencer alguém que não tem filhos de que ter um é um bom negócio, mas quando a gente tem nosso próprio ser humaninho, bah, a sensação é de que nada nos falta.

É possível conciliar todos os nossos sonhos?

E a boa noticia é de que todos os nossos sonhos podem coexistir, alguns podem ser mais difíceis e precisar de paciência e planejamento, mas podemos realizar todos eles.

Você se lembra dos seus sonhos de dez anos atrás? Quais deles ainda fazem sentido pra você? Na próxima vez que ligar o chuveiro, ao invés de ler os rótulos dos shampoos e contar os azulejos, pense nisso, dê esse passo de presente pro seu eu de dez anos atrás, tenho certeza que o seu eu de dez anos pra frente vai se sentir agradecido.

Então me conta, qual será o próximo passo da sua jornada?

Boas festas.