O texto de hoje é sobre desespero na maternidade, esse mesmo desespero que o Dicionário Aurélio define como: “estado de desânimo, de sofrimento a que se sujeita uma pessoa devido a um excesso de dificuldades e de aflições”.
Agora você pode me perguntar por que estou falando sobre desespero em uma coluna sobre maternidade. Pois bem, foi exatamente assim – desesperada – que me senti quando dei de cara com a maternidade real.
Eu queria ser mãe desde pequenininha, desde que ganhei as primeiras bonecas e que alguém inventou uma Barbie grávida. Acredite, já faz um bom tempo, mas isso começou a tomar forma, de verdade mesmo, em Janeiro de 2022, quando descobri que estava grávida.
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Os mais atentos, que acompanham o @mamaetopia no Instagram podem ter feito as contas e se questionarem sobre como eu podia estar grávida em Janeiro de 2022, sendo que o Bernardo nasceu em Janeiro de 2023? Não, a gestação dele não durou um ano. Acontece que antes do Bê decidir nascer, perdemos dois bebês e esse foi o começo do capítulo da minha vida chamado de DESESPERO.
Em fevereiro eu perdi o primeiro bebê, em abril o segundo. No mesmo mês, em abril, que engravidei do Bê. Foi nessa época que eu aprendi minha primeira lição sobre ser mãe: eu não ia conseguir mais nem tentar controlar tudo.
Eu e meu laço da mulher maravilha queremos mudar o mundo
Eu podia comer meus legumes, fazer exercícios e tomar vitaminas mas eu não podia controlar cada célula que estava se dividindo na minha barriga e garantir que isso acontecesse de forma perfeita. E por duas vezes isso não aconteceu. Até que o Bê resolveu que era hora de brilhar e emplacamos uma gestação perfeita.
O que essa teve de diferente? Nada. Talvez um anjinho da guarda ou um bebê com muita vontade de nascer e tocar seu pandeirinho as cinco e meia da madrugada (referência pra quem acompanha o @mamaetopia de novo!).
Foi aí que eu descobri que eu precisava entender o que estava acontecendo e fui estudar. O que eu encontrei:
- Você PRECISA ter esse carrinho X
- Você PRECISA comprar essa cadeirinha
- Você NUNCA vai poder deixar seu bebê nessa posição
- O seu bebê PRECISA dormir assim ou assado
Hoje eu chamo tudo isso de terrorismo com as mães. Descobri que era mãe há dois minutos e já tinha uma lista de coisas que eu não podia fazer de jeito nenhum ou que eu precisava muito fazer de qualquer jeito. E piora! Piora quando a Dra Fulana me diz que eu PRECISO ter um parto normal e o Dr Ciclano me diz a cesárea é a melhor opção.
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Como a gente pode decidir tudo isso e comprar todas as coisas pra uma criança que a gente nem conhece? A resposta é simples: se acalma mamãe, que a gente não pode!
Essa é a hora de entender a gestação pra tomar boas decisões por você e seu bebê, mas sem pressão. Pesquise sobre o enxoval, mas não se preocupe tanto assim. Qualquer coisa, se faltar algo, é só comprar pelo celular mesmo que amanhã ou depois alguém entrega na porta de casa.
Não caia nessa pressão que as redes sociais fazem, liga a audição seletiva e absorva só o que você achar que faz sentido no meio de tantas verdades que vão tentar te impor.
Escolha bons profissionais, bons conselheiros e não dê tanta atenção para o excesso de “verdades absolutas” que você vai ouvir por aí.
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Quando descobri que estava grávida da Laura, eu ouvi de tanta gente que dessa vez seria mais fácil porque eu já sabia cuidar de um bebê… eu sabia sim, cuidar do Bernardo, mas não da Laura. Essa eu ainda não conhecia.
O Bê só dormia enrolado, a Laura dorme de braços abertos e ai de quem tentar enrolar a bichinha; a gente mal sabia como era o choro do Bê (já que ele não chorava), a Laura chorou um mês inteiro; o Bê sempre curtiu mamadeira e chupeta, a Laura tem até ânsia de vômito se a gente coloca uma chupeta ou mamadeira na sua boca; o Bê teve infecção urinária com 45 dias e a Laura nem sabe onde fica o hospital.
A gente precisa, sim estudar pra entender o que está acontecendo com nossos filhos, entender as centenas de processos que eles estão passando, conhecer as recomendações de bons profissionais e da associação brasileira de pediatria. Mas é só prestando atenção no bebê que a gente consegue entender se ele vai dormir com o ruído branco ou no silêncio, por exemplo.
O bebê que vai chegar é tão seu que você vai saber exatamente do que ele precisa quando ele chegar. Por enquanto, ele só precisa de uma coisa em excesso: amor.
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