O que mais falam por aí é a frase “não ao futebol moderno”. E com uma certa razão, né. Esse negócio de cobrar ingresso caro, de tirar o povão do estádio não tem nada a ver. Outras coisas não vamos ter mais como escapar, que é a internacionalização de marcas, o gigantesco negócio que se tornou o esporte, a forma como os clubes movimentam os atletas, a modernização dos estádios… Opa, peraí!
Ainda existe futebol raiz nesse mundo! Cajabamba, capital da província com o mesmo nome, fica longe pra caramba de Lima, capital do Peru – 952 quilômetros, pra ser mais exato. Só pra curiosidade, a cidade fica a 5.269 km de Curitiba, e pra chegar lá seriam 72 horas de carro, segundo o titio Google. Pois Cajabamba tem um time de futebol, o Club Deportivo y Cultural Universidad Técnica de Cajamarca, mais conhecido como UTC.
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E a UTC recebeu no domingo (1) o Universitario para um jogo válido pelo Torneio de Verão. Só que pra chegar lá, o time de Lima encarou uma viagem de avião até Cajamarca, que fica a 153 km do local da partida, e depois pegou uma estrada de terra até Cajabamba. Além de ser de terra, a rodovia tá em obras, e o resultado foi um atraso que levou o Universitario a chegar no estádio Germán Contreras na hora do jogo.
As condições do estádio também eram das mais adversas. Além de ser a mais de 2.300 metros de altitude, o Germán Contreras faz jus ao estilo “não ao futebol moderno”. Acomodações acanhadas, vestiários sem estrutura, falta de segurança para os visitantes (em campo e na torcida)… Lembra como era o Campeonato Paranaense nos anos 1980? Mais ou menos assim.
Mas vai falar pro povão de Cajabamba. A cidade estava em festa desde o início da semana, teve fila pra compra de ingressos, o estádio ficou lotado e quem não achou espaço pra ver (nem no puxadinho que fizeram) foi pra cima do telhado, em cima do morro, onde dava. Afinal, festa assim só o futebol pra proporcionar, apesar de todos os problemas. Ah, o jogo terminou 0x0.