Essa pergunta é recorrente nas mídias sociais e também em grupos de Whatsapp. Mas você já notou que ela sempre surge quando se analisa um único projeto de lei? A origem da crítica é o desconhecimento. Só na Câmara de Curitiba, por exemplo, foram aprovados cerca de 200 projetos neste ano, que se tornaram leis municipais, e 1500 requerimentos ao município.
Obviamente, todas as 200 leis não impactam na minha vida diretamente. Uma parte delas, com certeza, têm alguma relação com: a minha profissão ou o segmento da minha atividade, o bairro onde eu moro ou trabalho, as minhas rotinas em ruas, praças e parques e por aí vai…
Os vereadores, assim como deputados e senadores, são eleitos para discutir temas para toda a cidade e representar todos os cidadãos e não só os seus eleitores. Mas existem diversas iniciativas que partem de segmentos organizados da sociedade.
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Por exemplo, um grupo de pais e mães com filhos com alguma necessidade especial precisa facilitar o acesso a exames, ao atendimento médico ou desburocratizar alguma questão relacionada. Eles se reúnem, entregam a reivindicação a um parlamentar, que passa a defender aquele direito. Esse projeto de lei vai impactar diretamente um grupo limitado de pessoas. Mas nem por isso é menos importante.
Nesta semana, um amigo me perguntou se não tinha nada mais importante para votar do que o projeto de lei que determina um limite de barulho no apito do trem. É um assunto que impacta em toda a cidade? Não. Mas pergunte para quem mora ou trabalha nas proximidades das passagens de nível, ou seja, quando o trilho cruza uma rua.
Esses dois exemplos são apenas recortes de um trabalho muito mais amplo. Se não tiver mais nada importante mesmo, a crítica está certa. E deve ser feita, sim. Por isso, continue fiscalizando o trabalho parlamentar, procure reunir mais informações para uma avaliação mais precisa e contribua com ideias e iniciativas que ajudem a melhorar a qualidade de vida de todos nós.