Nas eleições de 2022, teremos mais baixaria do que propostas para o Brasil. A tendência da polarização política, seja no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, é uma disputa mais dura, como no boxe. Os dois candidatos ficam trocando golpes até que um acerta o outro em cheio. Até pode nocautear, mas na maioria das vezes só deixa meio prejudicado. E aí tem o intervalo para que o adversário respire e recupere as energias.
Falta menos de um ano para as eleições. Teremos o primeiro turno no dia 2 de outubro – como diz a lei, é sempre no primeiro domingo de outubro. Então vejo um cenário mais ou menos assim: os dois principais candidatos, colocados nessa posição única e exclusivamente pela divulgação das pesquisas eleitorais, apontando o dedo e criticando os problemas e os defeitos do outro.
Vejo pouco espaço para que ambos apresentem propostas de governo, soluções reais para os problemas reais. Só o farão em seus canais de comunicação próprios, que alcançam exatamente o seu público já fiel. É uma estratégia complicada, sob a ótica da comunicação. Porque alcançar novos públicos requer diversificação do discurso. E aqui nem vou entrar na questão da 3ª via, que na verdade serão umas 14 vias.
Com relação à baixaria, é algo que precisamos nos acostumar, infelizmente. Parece que nós, brasileiros, gostamos disso. Vemos com frequência inúmeros programas policiais na TV; meios de comunicação que priorizam crimes; filmes de tiro, porrada e bomba; seriados como Walking Dead, La Casa de Papel e Round 6; e os exemplos são inúmeros…
Agora, quantos programas de educação podemos encontrar nas TVs? Quantos seriados propositivos têm gigantesca repercussão? Será que os produtores de conteúdo (TVs, rádios, jornais, produtoras de cinema e canais de streaming) que não fazem? Ou por que a audiência cresce quando a violência tem maior proporção?
A única diferença é que os zumbis não vão mudar a minha vida. O presidente da República vai.