Walter Casagrande Júnior é uma personalidade bacana. Grande jogador de futebol, disputou Copa Mundo, estava na “Democracia Corinthiana” e fala abertamente sobre dependência química, que quase o levou à morte. Hoje, comentarista esportivo de opiniões fortes. Ele não poupa críticas ao atacante Neymar quando o jogador não se destaca em jogos.
Casão é roqueiro de carteirinha, tem o maior orgulho disso, e não abandona seus anéis de caveira nem durante as transmissões globais. Mas o que pouca gente sabe é que Casagrande já foi ator nos anos de 1980. Está certo que foi um filme só, mas está no currículo do ex-atacante.
Onda Nova (1983) falava de vida conturbada de jovens garotas que acabaram de fundar o Gaivotas Futebol Clube, um time de futebol feminino, coisa muito rara na época. Se o futebol feminino não tem o apoio merecido nos dias de hoje, imagine nos anos de 1980! O filme é considerado pelos seus realizadores como “uma colagem surrealista sobre a juventude paulistana”.
Acabou de tornando um contraste com Garota Dourada (1984), filme da mesma época, que falava da juventude tradicional carioca. Onda Nova tinha um humor ácido e sem compromisso com o final feliz, tudo no mais típico estilo underground do cinema dos anos 1980, com direito a muitas cenas de nudez, sexo e uso de drogas. Foi considerado bem polêmico para os padrões da época, num país que ainda vivia uma Ditadura Militar.
O filme ainda conta com a participação de Caetano Veloso como passageiro de um táxi que volta da noite com uma garota. E o jovem Casão, por sua vez, participa de cenas de sexo no filme de José Antônio Garcia e Ícaro Martins. Depois de mais de 35 anos da participação no cinema, a história de Casagrande vai virar filme, ainda sem previsão de estreia.