Uma emissora de TV paranaense, com uma programação em rede nacional e com programas gerados e produzidos diretamente de Curitiba. Isso parecia impossível diante das grandes empresas de telecomunicações, com seus eixos principais no Rio de Janeiro e São Paulo. Mas aconteceu com a Rede OM, o canal 6.
As Organizações Martinez, que retransmitiam a programação da Bandeirantes, virou rede nacional em 1992. Há 25 anos, Galvão Bueno deixou a Globo e foi a principal contratação da emissora, hoje a CNT. Além do badalado narrador esportivo do país, a Rede OM transmitiu com exclusividade a Copa Libertadores da América daquele ano que ficou marcado pelo primeiro título do São Paulo na competição.
Esse modelo de vários comentaristas espalhados pelas principais cidades começou com o Galvão Bueno na OM. As falhas nos links eram inúmeras, pois os recursos técnicos não eram os mesmos da Globo, mas funcionou e perdura até hoje em programas esportivos. Na área de entretenimento, a família Martinez também ousou. Clodovil Hernandez apresentava o seu programa Noite de Gala, ao vivo, aos domingos, direto da Ópera de Arame, em Curitiba.
Na dramaturgia, o destaque era uma série policial produzida inteiramente no Paraná. O Pista Dupla, dirigida por Atílio Ricó. Embora sem recursos técnicos, foi inovadora. A produção de séries ainda não tinha espaço nas outras emissoras, com raras exceções.
O investimento foi alto e não pôde ser mantido. E o declínio veio junto com a queda do presidente Collor, aliado de José Carlos Martinez, dono da emissora e falecido em acidente aéreo em 2003. Sem apoio e recursos, Galvão Bueno já estava de volta na Globo em 1993. O sonho durou pouco. Confira a chamada da Rede OM na Libertadores 1992.