Um dia com Ary Toledo

Dia desses recebi uma missão: acompanhar o humorista Ary Toledo em entrevistas em emissoras de TV e rádio. De cara, comecei a recordar as aparições do artista no Show de Calouros com Silvio Santos, contando piadas de português, do Joãozinho, da loira, e por aí vai. Lembrei também daquele livrinho carregado de piadas “sujas” que faz a alegria de muita gente.

Durante nosso tour pelas emissoras – eu de motorista e ele de passageiro -, fui percebendo que Ary Toledo, aos 76 anos, conhecia nomes de bairros, lugares e manias que só existem em Curitiba. Com mais intimidade, qualquer palavra pronunciada por mim virava em uma das mais de seis mil piadas criadas pelo humorista ao longo dos mais de 50 anos de carreira. Sobrou até para o jeito educado e cordial do cantor Ronnie Von, que segundo Ary Toledo, é a única pessoa do mundo capaz de pedir desculpas para um martelo depois de levar uma martelada no dedo. “Ele diria: Seu Martelo, me desculpe!”, diverte-se.

Estar perto do Ary faz com que você se lembre da infância o tempo todo. Ele ainda é aquele menino que fica rodeado de gente enquanto conta mais uma anedota. Foi assim na rádio Globo AM, Band TV e Rádio 98 FM. Cada um desses canais com públicos e assuntos diferentes. Problema nenhum para o humorista. Se o programa era esportivo, lá ia ele. “Você sabe identificar quando um bebê é torcedor do São Paulo? É fácil! Você dá um carrinho pra ele. Se a criança pegar o carrinho e quiser trocá-lo por uma boneca, ele é são-paulino”. E assim segue durante a apresentação de Ary Toledo nos palcos. Duas horas de diversão e risos garantidos.