Irmãs gêmeas representadas por única atriz na mesma cena, gente que se transforma em vampiro, mulher que explode de tanto comer, lobisomem que persegue a dançarina. São personagens que só existiram na teledramaturgia brasileira graças à tecnologia. São efeitos gráficos, produzidos hoje em computador, em programas especiais de edição. No remake de Saramandaia (2013), da Rede Globo, a maioria dos efeitos foi produzida por meio de computação gráfica.

continua após a publicidade

Foi assim com a transformação do professor Aristóbulo, vivido por Gabriel Braga Nunes, em lobisomem, com as formigas que saíam do nariz do fazendeiro Zico Rosado, de José Mayer, e com o coração que saía pela boca do farmacêutico Cazuza, interpretado por Marcos Palmeira.

Trata-se de uma tecnologia trazida da Califórnia, nos Estados Unidos. Uma malha virtual com composições 3D que imprime o máximo de realismo possível, produzindo os que eles chamam de efeito mecânico-digital. Os efeitos são inseridos às cenas rodadas, realizadas pelos atores em fundos verdes.

Na primeira versão da Saramandaia (1976), o trabalho era completamente artesanal. Walter Avancini, diretor da trama na ocasião, jogava dois sacos de cimento e o ator Ary Fontoura se virava no chão e depois aplicavam os pelos do lobisomem. Depois fotografavam uma parte da mão, do braço, depois o braço todo, não havia edição aprimorada. No rosto, era colado pelo por pelo. A Globo tinha apenas 11 anos de vida e a criatividade era o principal ingrediente tecnológico das novelas brasileiras. O Rebu, a próxima trama das 23h da emissora, promete trazer novos e surpreendentes elementos, especialmente no andamento da trama. Vamos aguardar.

continua após a publicidade