Há 35 anos, estreava o Cassino do Chacrinha, na Rede Globo. O Velho Guerreiro, como era chamado apresentador já tinha passado por emissoras como Bandeirantes, Tupi e a própria Globo, antes de ocupar as tardes de sábado da emissora carioca. Isso sem contar que o sucesso veio importado do rádio dos anos 1950.
Sempre lembramos das chacretes, dentre elas Rita Cadillac, e dos bordões e abacaxis do apresentador. Mas a atração abria espaço para qualquer tipo de música. No mesmo programa, estavam lá Paralamas do Sucesso, Sidney Magal, Odair José, Gretchen, Barão Vermelho, Joana, Giliard, Fábio Jr, Titãs, Alexandre Frota (cantando), Leo Jaime, Roberto Carlos, Luis Caldas, Dominó, Caetano Veloso, Jairzinho & Simony. Sucessos dos anos de 1980, tudo no playback, nada ao vivo. A participação na atração era praticamente obrigatória para se fazer sucesso pelo Brasil afora.
Evandro Mesquita, então vocalista da Blitz, em entrevista para um especial dos anos 1980 exibido pelo canal Viva, contou que o Cassino do Cacrinha era o que tinha de mais moderno na TV brasileira. O ator e cantor relatou que entrar no túnel que dava acesso ao palco do Teatro Fênix, onde o programa era gravado, era ir como ir para um mundo surpreendente em que tudo podia acontecer. Porque Chacrinha brincava com os integrantes da banda, a plateia abraçava e beijava os convidados. Roupas eram arrancadas.
Enfim, não era uma apresentação convencional. Por isso, fingir que tocavam e cantavam enquanto rolava o playback da música pouco interessava. O que valia era o show de cada artista. Pode-se dizer que ir no Chacrinha equivaleria hoje a ter milhares de inscritos num canal de Youtube. Pode acreditar!